28/10/2009

PODERÍAMOS DIZER “SAÚDE” AO ESPIRRAR?
em São Luís, referência da área no Maranhão, talvez não

Segundo o Dicionário Brasileiro Globo (dos autores Francisco Fernandes, Celso Pedro Luft e Marques Guimarães), edição de 1998, a palavra socorro significa “auxílio que se presta a alguém, amparo, proteção, ajuda”. Já emergência quer dizer “ocorrência, incidente, aparecimento”. E urgência é “pressa, necessidade imediata, que não se pode adiar ou transferir, indispensável”. Por isso, os pronto-socorros acompanham em sua denominação a composição urgência-emergência ou ocorrência imediata.

Acostumamos a ler, ver e ouvir que se automedicar não é recomendável. A orientação é imediatamente procurar o médico especialista ou pelo menos um clínico geral antes de tomar quaisquer medicamentos. Mas, para isso, tudo deveria funcionar a contento nos hospitais da cidade. Tanto na rede pública como na particular. Na privada (sem trocadilhos) a coisa é menos mal. O sacrifício no atendimento é menor, apesar das filas e esperas. No final do ano passado fiquei quase uma hora com o meu filho em um hospital particular de urgência-emergência esperando pelos médicos pediatra e ortopedista. O segundo nem de plantão estava.

Na rede pública municipal e estadual a coisa é lamentável e constrangedora. O pobre do necessitado chega para ser prontamente atendido e sai com outro problema de saúde. A zanga é tanta que leva ao estresse, que também leva à depressão. Um absurdo! Tudo porque os pronto-atendimentos ou hospitais públicos de urgência-emergência da cidade não fazem jus à denominação que tem.

De tanto esperar, o atendimento ao paciente deixa de ser imediato, indispensável, inadiável ou intransferível. Torna-se uma consulta comum, de rotina, pois não há médicos especialistas de plantão para a urgência-emergência. E há tempos sabemos que todo prefeito e secretário de saúde que assume, fala sempre a mesma coisa: o fluxo de procura é grande, acima do previsível! Aproveito a deixa: por isso há necessidade permanente da vigilância 24 horas por dia, todo santo dia. Isso é básico, incipiente e não precisa ser médico entendido para observá-la, mantê-la e cobrá-la. Porém, carece ser muito inteligente para resolver esse mal que assola o povo. Tem que ser doutor (com doutorado!) para tratá-la.

Nos últimos anos, a capital maranhense teve 2 prefeitos médicos - especialistas em oftalmologia e pneumologia/cirurgia toráxica - que não se cansaram de dar as mesmas explicações quando eram “lembrados” sobre as fraquezas da saúde humana na cidade. Afirmavam, por exemplo, que as constantes vindas de pacientes das cidades do interior foram sempre causadoras dos congestionamentos nos corredores dos hospitais públicos de urgência-emergência locais. Sendo assim, melhor todos ficarem apreensivos, pois o atual administrador da capital não é especialista, nada sabe de medicina, a não ser de cuidar da própria saúde. E não devemos esquecer que, nesse setor, São Luís é referência para o Maranhão assim como São Paulo é para o Brasil.

Entra e sai prefeito, troca-se ou mantêm-se os secretários, mudam-se os médicos diretores de hospitais e a situação da saúde pública continua a mesma: doentia! No entanto, o ministro da saúde do presidente FHC e atual governador de São Paulo, José Serra informou - há alguns anos quando esteve em São Luís para a reinauguração do Hospital Geral Tarquínio Lopes - que o Sistema Único de Saúde repassa a verba aos municípios de acordo com os atendimentos realizados, necessidades médicas e planejamentos. Ou seja: depende única e exclusivamente da competência da autoridade responsável ou do trabalho do comandante da área.

Com a afirmativa, entendi que o ministro repassaria aos entendidos burocráticos médicos o diploma de competência ou não de quem assumiria a direção do HG com responsabilidade ou não. Para ser bem claro, quanto mais atendimentos, maior o repasse de verba. Então, melhor para o governador da época, para o secretário de saúde e para a direção da casa. E para todos os municípios do estado, idem. Nos dias atuais, creio que a regra de repasse da “grana” do SUS não tenha mudado com a troca de governo - até porque o governo do PT-PMDB nada mais é do que o prolongamento do governo do PSDB-DEM.

Dá para entender a demora no atendimento de um pronto-socorro de urgência-emergência? Porque filas enormes, esperas, filas e filas? Porque a morosidade na troca dos plantonistas e tanto tempo destinado à alimentação dos médicos, técnicos e funcionários de apoio? Porque tanta burocracia, papéis, entra aqui e sai ali, se a ocorrência tem que ser imediata? Porque não há planos B e C no caso da falta de funcionários? Porque há pouca gente para atender à demanda, principalmente nos fins-de-semana quando a situação é mais crítica? Porque misturar os atendimentos das crianças aos dos idosos, aos dos portadores de doenças contagiosas e até mesmos aos dos presos de justiça? Já pensaram uma invasão de algum grupo de meliantes armado no hospital para o resgate ou vingança a algum detento-paciente? Olha que não é difícil acontecer...

E voltando à fala do ministro e às desculpas esfarrapadas locais, também é recorrente nos pátios dos “socorrões” da capital o engarrafamento das ambulâncias vindas do interior do estado com os seus pacientes imediatos. Com a demora no atendimento, o inferno se torna ainda mais caótico, pois é gente gritando para todo o canto, em todos os sotaques, de todas as regiões maranhenses.

Nesse fim-de-semana, acompanhei o caso de um paciente que pulou de galho em galho do animalesco atendimento público hospitalar de urgência-emergência da cidade, em busca de ajuda médica para o seu problema de saúde. Ele acabou desistindo do amparo por entender que sairia ainda pior, em função dos fatos que presenciara nos hospitais e clínicas por onde passou.

No PAM da Cidade Operária, de responsabilidade do Governo do Estado, existe a placa “urgência”, porém não há médicos de plantão todo o tempo. Tem equipamento de raio X, mas não há plantonista aos sábados e domingos. Ser atendido no intervalo do almoço, jantar ou de madrugada, nem pensar! Ou seja: o paciente tem que pensar bem na hora de se acidentar. E tem que ter estômago.

No “Socorrão II”, da Vila Santa Efigênia, a coisa é mais séria! A demanda é grande e o atendimento, precário. Ser atendido por um especialista ortopédico de urgência é como ganhar na loteria. Sorte sua se for rápido e se você der de cara com um médico educado. Pelo menos assim a motivação para a recuperação será melhor e maior. O tratamento dispensado por todos é digno de juízo final. É expressão emburrada nos quatro cantos e gente tirando os seus da reta em função dos deslizes encontrados.

Segundo o cidadão-paciente fora de hora, teve o caso de uma senhora, aproximadamente de 70 anos, que chegou carregada nos braços de um rapaz e ali ficou, pois era intervalo do almoço, troca de plantão médico e não tinha funcionário para preencher a ficha de triagem. E dentre muitos, também teve o de uma criança, aparentemente de 4 anos de idade, que chegou perdendo muito sangue, carregada a pé pelos parentes, com um grande e profundo corte na coxa esquerda. O que fizeram todos? Tiveram que aguardar, por não ter outra opção de urgência-emergência médica. E talvez, nem como se deslocar em busca de novo socorro...

De longe e como espectador, concluo que esses são fatos logicamente recorrentes na saúde local. Casos talvez da época em que Gardênia Gonçalves era prefeita de São Luís e João Castelo, governador do Maranhão. E que, após tanto tempo, ao longo dos anos, só foram mudando os protagonistas, entretanto o filme continua o mesmo, infelizmente.

Fica a indagação: se os nossos pronto-socorros não estão preparados para atender à demanda dos ocorrentes casos habituais, que diria de surto da Gripe A. E ainda: como evitar ser infeccionado por qualquer gripe ou outra doença, em ambientes onde existem grande fluxo e concentração de pessoas acometidas de males moribundos, além de um monte de vírus e bactérias espalhado por toda a extensão do prédio hospitalar? Então, porque a demora no atendimento? Ainda bem que o vírus da “gripe suína” adora o frio e não o calor que faz por estas bandas.

Recentemente, no apagar das luzes da sua administração, o ex-prefeito de São Luís Tadeu Palácio inaugurou o hospital “Socorrinho do Cohatrac”, específico para pequenas intervenções de pronto-atendimento. Também garantiu que iria inaugurar em outros bairros pelo menos mais dois hospitais do gênero, dentre tantos prometidos, na tentativa de desafogar a busca desenfreada dos acidentados pelos “socorrões”. A região do Cohatrac, populosa e deslocada do centro da cidade, foi presenteada com um belíssimo e amplo prédio médico-hospitalar. Novinho, espaçoso, grandioso, confortável, bem iluminado e ventilado, com diversos setores climatizados e com área para futura ampliação. Um presente de fim de mandato que ninguém esquece, porque simplesmente não funciona. Como nos outros, não há funcionários suficientes e médicos especialistas de plantão para atender à demanda. Assim, os problemas são exatamente os mesmos, continuamos no zero e com os “socorrões” abarrotados.

Contei a história dos “socorrinhos” ao paciente-fonte deste texto. Ele então me contou que há uma ampliação em andamento no “Socorrão II”, com verba do Governo Federal. Ora, se tem dinheiro para a construção e reforma do prédio, também é bom pensar urgentemente em investir na qualidade do atendimento, no preparo do pessoal e na contração de maior número de funcionários, para que os mesmos sejam dignamente chamados de hospitais de pronto atendimento médico de urgência-emergência ou pronto-socorros. Fica a sugestão, pois novas eleições batem às portas.


Marcos Baeta Mondego
São Luís, segundona, 17 de agosto de 2009.

16/09/2009

REDE GLOBO X REDE RECORD 
o bom e o ruim dessa guerra por audiência e poder
Um vídeo publicitário de 40 anos da Som Livre me deixa com os olhos arregalados quando o vejo na telinha da poderosa e quase inabalável Rede Globo de Televisão, reunindo os melhores nomes da música gospel brasileira. A gravadora que faz parte do conglomerado de empresas da emissora - que nas últimas décadas liderou o ranking de audiência dentre todas as redes de TV do país - comemora o seu 40° aniversário, contando também em seu casting com grandes cantores evangélicos.

Da década de 60 até o início do novo século, a emissora da família Marinho sequer deu ouvido e atenção – ou pelo menos espaços nos telejornais ou na grade de sua programação – aos trabalhos social, espiritual e religioso dos Cristãos evangélicos. É público e notório que católicos, umbandistas e espíritas, por exemplo, até o início dos anos 2000, tomaram de conta dos corações e mentes dos comandantes da mais influente rede de comunicação nacional, com sede no Jardim Botânico carioca. No Brasil, sabe-se que esses grupos religiosos com tendência Cristã – assim se dizem - até pouco tempo eram os maiores e, consequentemente, os mais requisitados para a solução de problemas espirituais pelos quais as pessoas de boa fé atravessavam. Outro dado importante: os estados do Rio de Janeiro, Bahia e Maranhão – não necessariamente nessa ordem – mantém os maiores adeptos da umbanda e do candoblé no país.

Há cerca de 3 meses, enquanto jantava na casa da minha mãe, assisti ao lado dela a uma bela e longa matéria no telejornal de maior audiência do Brasil, o Jornal Nacional, sobre os trabalhos sociais desenvolvidos pelos evangélicos Adventistas. D
e imediato, comentei com ela, naquela noite, que estava surpreendido com o conteúdo do horário e material veiculado pela Globo. E  ela comentou que no dia anterior já havia saído também uma grande matéria a respeito do trabalho dos Batistas. E para surpresa maior: não é que no final da matéria o casal de jornalistas-apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes prometeu para o dia seguinte outro especial, dessa vez sobre as ações dos Assembleianos?!

Sem sombra de dúvidas, se passarmos a história a limpo e nos enfiarmos em livros, jornais e revistas para pesquisar o passado da comunicação nacional, a Globo é a rede de TV, rádio, revista, jornal, gravadora e distribuidora de produções musicais que mais se adapta às situações adversas no país. Ao longo dos anos, manteve o seu posicionamento conforme os próprios interesses para não perder espaço, poder e influência. Para não perder força!

A emissora faz escola, principalmente na política e entre os políticos – os seus maiores aliados -, encravando neles a melhor forma de "se dar bem" no meio em que atua (ou não!), sem pudor nem escrúpulo. Só para refletir, voltemos um pouco no passado próximo, quando “a toda poderosa” preferiu Collor a Lula, ajudando a decidir a eleição à Presidência da República no jogo sujo do jornalismo antiético, parcial e autoritário. Por sorte ou não, ainda bem que todos os envolvidos naquela época estão juntos hoje, buscando e defendendo os mesmos valores e interesses.

Os evangélicos costumam bradar todo o santo dia, em orações coletivas nas alturas, que “Jesus tem poder”. Eles crêem, porém a Rede Globo e a Som Livre levaram 40 anos ou mais para dar atenção a esse clamor e para perceber que perderam espaço, audiência e, principalmente, poder. Agora, não em uma atitude de fé dos seus magnatas diretores, mas por reconhecer a ascendente força religiosa e para fazer frente ao grupo evangélico da Igreja Universal do Reino de Deus, que repentinamente tomou o comando de uma antiga rede de comunicação de TV do país, a Record.

Particularmente, não creio que a IURD busque em Jesus Cristo todo a força e poder que tenha e mereça. Essa é a minha opinião há tempos – motivo também levantado para abertura de processo criminal que o Ministério Público move contra os comandantes da igreja, que usa a boa fé das pessoas para se tornar a maior e mais influente entidade religiosa do Brasil. O crescimento é tanto - e o dinheiro arrecadado maior -, que os controladores da Igreja Universal juntaram em tão pouco tempo um patrimônio exorbitante e criaram uma frente, hoje, à amedrontada Rede Globo. É tão assustador que, mesmo de longe, também me sinto atingido na minha crença e fé em Deus.

A Rede Record conquistou tanto espaço nos últimos anos que a Rede Globo desenterrou documentos e processos arquivados contra o poderoso líder religioso “evangélico” bispo Edir Macedo, com medo de perder mais ainda o seu poder e controle da comunicação nacional. Em contrapartida, na tentativa de dar explicações à sociedade religiosa e com o temor de ter atingido o controle espiritual que tem sobre milhares de brasileiros, Macedo foi rápido, moveu o seu telejornalismo e escancarou na sua emissora um documentário no programa “Repórter Record”, de 16/08/2009, em que era o protagonista. Assisti do início ao fim – assim como também fiz com as matérias veiculadas nas outras emissoras, sobre o indiciamento criminal dos diretores da IURD/Record.

Dentre outras coisas, o que mais me chamou a atenção foi o finalzinho da entrevista do bispo, no documentário, quando fala à repórter que "o seu objetivo está traçado" e, em primeiro plano, a ambição de elevar a Rede Record à liderança no ranking das emissoras de TV brasileiras. Quem falou isso de viva-voz, em rede nacional de televisão – e que está gravado para a posteridade – foi o próprio Edir Macedo. O empresário ou o bispo?

Logo na seqüência, o líder religioso colocou como a sua segunda missão no mundo elevar e levar o Cristianismo aos países orientais, árabes e mulçumanos. Não citou os países ateus e judeus - com esses últimos tenho a absoluta certeza que a briga seria feia, pois é um povo religioso que historicamente não deixa escapar facilmente as moedas do bolso. Agora, respondendo à pergunta do parágrafo anterior com uma nova pergunta: não estariam invertidas as missões do bispo Edir Macedo? Ou pelo menos a ordem de suas colocações e intenções na terra?

Lembrando: quem segue a Jesus Cristo deve esquecer ou pelo menos deixar de lado boa parte do que está escrito no Antigo Testamento bíblico, quando os ensinamentos tendem para o “olho por olho e dente por dente”. Lá, são comuns as grandes batalhas, a briga por terra e espaço, a busca por dinheiro e vida digna, a guerra de grandes contra pequenos, a alma e a honra lavadas com muito sangue – apesar da busca e muita fé em Deus.

No Novo Testamento, onde Jesus Cristo é o protagonista, a coisa é diferente. São ensinamentos que definitivamente mudaram o mundo moderno, formaram nações e uniram povos. São leis religiosas do bem, do respeito, da ética, do contra-rancor e que nos levam a dar os dois lados da cara à tapa. São normas Cristãs que nos ensinam a lealdade com todos os nossos irmãos de fé. Aprendemos com Ele até a dividir a comida e a bebida. E lá está escrito, em várias passagens bíblicas, que aqui relembro do meu modo: “levai a minha palavra de amor e compreensão a todos, sem restrição e medo, com toda a fé e poder em Deus”. Resumindo: isso é ser Cristão; é a verdade deixada por Jesus ao ser humano que crê em Deus e que Nele tem a sua base espiritual-religiosa. Dá para entender onde quero chegar?

Nessa briga por poder e pela audiência entre grandes grupos de comunicação de TV brasileiros, o que menos importa é a fé em Jesus. Um vê ameaçada a sua liderança e busca a parceria daqueles Cristãos que sequer no passado lhes foi dado espaço para divulgar os ensinamentos de Deus. O outro trabalha somente a auto-estima dos seus seguidores, sem sequer abrir a Bíblia Sagrada nos cultos e programas religiosos de televisão para repassar aos homens de boa fé aquilo que Jesus dissera, ensinara e pedira. É a pura briga por muito dinheiro! É a ganância incessante por riqueza e poder! A fé não nos ensina a ser cegos, mas sim, a abrir bem os olhos para a vida e para aqueles que somente nos levam ao mal.

Nessa história toda - e como mero expectador - acho legal ter perdido e perceber que muitos também perderam o hábito de ligar e desligar a TV somente em um canal. Muitos empregos foram criados e outras oportunidades foram abertas, principalmente a diversos profissionais de comunicação. Percebe-se o tanto e quanto há caras novas na Globo e também, estrategicamente, como a Record faz questão de confundir a cabeça dos telespectadores com as suas contratações, tanto no jornalismo como na teledramaturgia (o objetivo: ser igual a Globo).

Assim, muita coisa boa eletrônica televisiva foi criada e outras tantas ruins produzidas, na busca única e sem precedentes pelo poder e audiência. Confesso que um dia assisti ao filme “Jogos Mortais” na Record e na seqüência veio uma dupla de pastores da Igreja Universal do Reino de Deus para adentrar a madrugada com os seus bate-papos religiosos de auto-ajuda. Que doideira!

Doideira também é ver que a Globo está desesperada - quem diria? E no troca-troca de farpas, rancores e tapas, na base do “olho por olho e dente por dente”, a Globo compra enlatados pacotes internacionais de programas e revende às outras redes de emissoras menos abastadas. Por ter perdido a transmissão dos próximos Jogos Olímpicos para Edir Macedo, os irmãos Marinho foram ágeis e, por exemplo, adquiriram a transmissão da Copa dos Campeões da Europa de Futebol da UEFA e repassaram à Rede Bandeirantes - deixando a Record no vácuo e os seus fiéis telespectadores a ver navios.

No mais, é esperar para assistir aos próximos capítulos dessa briga que promete ir a muitos rounds. E o bom de tudo é saber que, com ela, podemos distinguir o bom do ruim na programação das emissoras brasileiras. Até o Silvio Santos, craque do entretenimento eletrônico, estava acomodado e pouco investia em suas produções nos últimos tempos. Pois a sua esposa, Íris Abravanel, foi buscar na fé em Deus a força necessária para a retomada da liderança - ou da vice-liderança - entre as TVs nacionais, abrindo a tempo os olhos do empresário do SBT, mesmo contra a sua vontade.

E pelo andar e barulho da carruagem, não será surpresa se o aposentado locutor Cid Moreira não ressurgir na Record apresentando um programa religioso de cases de sucessos de seguidores da IURD, contando histórias de novos e prósperos empresários. Ou já pensaram no padre-cantor Fábio de Melo interpretando os grandes sucessos católicos e evangélicos, em dueto com o senador, cantor e bispo da Igreja Universal Marcelo Crivela? Nessa altura do campeonato, não é difícil novas parcerias no ar. Aguardem!

Marcos Baeta Mondego
Aniversário de São Luís, 8 de setembro de 2009.