25/02/2010

LULA E A INVERSÃO DE VALORES NO PAÍS

Soletrando do Caldeirão versus A Fazenda/BBB

Decepção. Talvez seja o sentimento que fica dos fatos nacionais da semana passada. Isso no meu entender, pois na visão da maioria da minha gente, dos brasileiros e brasileiras, (tenho certeza) tudo não passa de acontecimentos normais, seja na política, no esporte, na educação, na saúde, na televisão... No Brasil, a inversão, o erro e a ilegalidade são meras rotinas.

Sabadão, 15h50 minutos. Na Rede Globo, expectativa para o início de mais uma rodada do “Brasileirão de Futebol”. Pressão total no ar para que o apresentador Luciano Huck encerre o seu programa “Caldeirão” e, consequentemente, a final do quadro “Soletrando” (embate de conhecimentos de palavras da língua portuguesa entre alunos das escolas públicas de todo o país).

Um programa emocionante, disputadíssimo, com estudantes tensos, inteligentes e visivelmente preparados, envolvidos e concentrados nas perguntas do apresentador e nas respostas e comentários do professor Sérgio Nogueira. Luciano é obrigado a fazer mais um intervalo comercial. Aí, a pressão aumenta ainda mais, pois a disputa é ao vivo, e os estudantes continuam acertando tudo, incrivelmente. E só terá um vencedor se outros dois errarem a composição das palavras pedidas.

Na volta do intervalo, o apresentador realiza nova rodada de perguntas, e os representantes do Ceará e Pernambuco acertam também. Percebe-se que a direção do programa é de novo pressionada. O apresentador aproveita para comentar o atraso do encerramento do “Caldeirão” e, mais uma vez, elogia o talento e a capacidade dos concorrentes ao prêmio de R$ 100 mil reais (só 100 mil reais, pasmem!). No fim, humanamente, a vencedora ainda doa R$ 10 mil reais aos pobres e humildes estudantes vencidos. Durante a entrega do cheque-prêmio, Luciano Huck faz outro comentário de valor aos finalistas, endurecendo o jogo interno da emissora de televisão pelo tempo extrapolado e invadido do horário do futebol.

Fim do “Soletrando”, início dos jogos na Globo (patrocinadora e detentora dos direitos de transmissão junto à CBF/Clube dos 13). Entram em campo, em rede de televisão, vários atletas que sequer concluíram os ensinos fundamental e médio. O que é lastimável, pois seus pais e dirigentes esportivos não estimulam os atletas ou futuros atletas de futebol a seguir a carreira, concomitantemente aos estudos escolares. No caso, o objetivo é (foi e sempre será) somente a busca por dinheiro e sucesso, que na maioria das vezes não vêm, transformando jovens psicologicamente destruídos e famílias decepcionadas pelo fracasso. Daí para o aumento das estatísticas lamentáveis dos distúrbios e injustiças sociais existentes nesse imenso Brasil de meu Deus é um passo! E como são poucos os que se dão bem no futebol, começar do zero então...

Mas, para piorar a inversão de valores acontecida nesse fim-de-semana na Rede Globo, o que se vê na TV é a supervalorização de um futebol pobre, sem qualidade, com pouca técnica e talento, de jogadores que chegam a receber entre R$ 100 mil e R$ 500 mil por mês. Um desfile de grandes... Grandes pernas-de-pau!

É verdade: e o negócio é excelente! Os patrocínios são altíssimos e os salários significantes. Mas, no nível dos jogos que assisti no sábado à tarde, os jogadores que receberem R$ 5 mil reais mensais, no meu entender já estariam muito bem pagos. E olha que sou um apaixonado por futebol e pelo Flamengo (clube de maior torcida do mundo, que administra valores acima da verba orçamentária de 2/3 das prefeituras do Brasil – não juntas, claro). É ou não um bom negócio?! E o “meu time” ainda é o maior devedor nacional.

A coisa está tão feia que a Rede Record comprou de vez a briga no entretenimento e liderança na audiência das TVs com a Rede Globo: não satisfeita com o “Big Brother”, criou o programa de confinamento doméstico denominado “A Fazenda”, que destinará ao sobrevivente-vencedor R$ 1 milhão de reais de prêmio até a final. Na telinha, o que se vê é brigas, baixarias, desordens, brigas, pessoas falando errado, muitas brigas, humilhações, mais brigas e gente pelada que se expõe em troca de mídia e faz qualquer coisa para aparecer em rede nacional. Que o diga a “santa” Babi Xavier, que também já foi para a “roça”!

Dias vão, dias vêm... Absurdos vão e vêm... E lá dos “cafundós do Judas” ecoa a voz do atual presidente da República Federativa do Brasil supervalorizando e defendendo a ilegalidade de um ex-presidente brasileiro, outrora tido como um ranço na política nacional pelo próprio atual. É verdade! Eu ouvi várias vezes isso dito em alto e bom som. Existem vários registros, tenho certeza!

Em 1989, durante a campanha eleitoral à Presidência da República, em frente à sede do Sindicato dos Ferroviários do Maranhão, próximo ao extinto Cine Monte Castelo, estive bem próximo do candidato Luís Inácio Lula da Silva que disputava pau a pau, voto a voto com o então “caçador de marajás”, governador de Alagoas e também candidato Fernando Collor de Melo.

Uma campanha memorável, onde se conheceu um sindicalista que trabalhou, lutou e cresceu como muitos de nós gostaríamos de ter crescido, lutado e trabalhado. Exemplar! Nessa época, Lula era realmente “o cara” para mim! Foi um voto consciente, sem medo de ser feliz, de me arrepender ou decepcionar!

De lá para cá, foram várias eleições que se passaram e derrotas amargadas após coligações e apoios esdrúxulos, que não se afinavam com o seu valor e história do seu partido. Nos anos seguintes, o que se viu foi apenas um candidato Lula objetivando o seu projeto pessoal, os intentos particulares, sem pudor de mostrar que os seus atos são de político conservador e controlador, parceiro do continuísmo em prol da manutenção e sustentação do poder. Todo o passado jogado no lixo, presidente?

Chega o ano de 2002, as eleições, as possibilidades político-eleitorais, a disputa, a vitória... Enfim, conquistado o seu intento, independentemente das parcerias políticas firmadas, o eleitor brasileiro pôde reconhecer a sua história (aquela do político sindical discursando em frente ao Sindicato dos Ferroviários), dando verdadeiro VALOR àquele que se confunde com o próprio povo, ainda que esse político não dê VALOR ao passado.

Após a eleição, surgiram boatos como: assume ou não?! A instabilidade política pairou no ar e os acordos escusos foram realizados à luz do dia. O ex-presidente José Sarney comprou a briga, deu apoio com o seu grupo político ao presidente eleito e garantiu a posse e a governabilidade. Daí por diante, tudo seria possível - como está sendo!

A meu ver, na campanha política para a reeleição à presidente em 2006, Lula comprou votos na maioria das cidades pobres da nação. Senão, vejamos o caso do município que deu ao presidente da República a maior votação proporcional do país, a paupérrima Central do Maranhão, onde 97,2% dos votos válidos foram para ele. A principal renda que circula na cidade, pós anos-Lula, é do “programa social Bolsa Família”, que alimenta ainda mais o preguiçoso ao ócio. Esse projeto foi fundamental para o seu segundo mandato - isso é fato!

Sim, sou extremamente contra a concentração do capital financeiro e plenamente a favor da distribuição de renda, contudo de forma justa, com a criação de frentes de trabalho que elevem a auto-estima do povo brasileiro à produção e à participação da evolução do Brasil e que façam nossa gente se sentir verdadeiros brasileiros. Por isso, indago: porque nesses municípios não foram realizados projetos, devidamente orientados e fiscalizados pelo poder público de confiança do próprio presidente (como faz com o PAC e Bolsa Família), em que fosse valorizada a vocação produtiva de cada região? Não seria mais justo, interessante e estimulante às pessoas? Principalmente vindo do presidente que veio da base, da roça: um homem do povo, lutador, sindicalista, um trabalhador com história (outro fato), mas...

Está aí o Lula, o “nosso” presidente que bem de longe brada a sua voz em defesa da ilegalidade, da deslealdade, da injustiça, da desonra e da manutenção do mau caráter político no poder: a favor dele mesmo sobre todas as coisas!

Para o “nosso” presidente, quem mais (além do político, ex-presidente, jornalista, poeta e escritor José Sarney) está acima da lei, da Constituição Federal e do Brasil? Para o “nosso” presidente, quem mais podem cometer crimes e não serem penalizados? Para o presidente Lula (minha gente, brasileiros e brasileiras), queremos logo saber como fator de autodefesa: quem mais pode viver, agir e se eternizar como um verdadeiro Deus diante dos homens?

Segundo as nossas leis, não teríamos todos igualmente os mesmos direitos e deveres, sem exceção? Poderia eu cometer “alguns pequenos crimes” e passar impunemente por eles? Poderia eu ter a defesa do cidadão e atual presidente Luís Inácio da Silva a não pagar os impostos e as dívidas contraídas, ao participar da campanha da candidata do seu partido a prefeito de São Luís, em 2004? Poderia eu ter, na época, me negado a pagar as prestações em atraso da minha casa, financiada por um banco federal, e não perdê-la? Será que eu teria a defesa do Presidente Lula? Será que o presidente do Brasil está acima da lei para me dar o privilégio de defesa de algumas ilegalidades?... Haja Deus!

Marcos Baeta Mondego
(cidadão brasileiro e maranhense com orgulho)
São Luís, madrugada de 21 de junho de 2009.

A Política do Lula e do PT:

A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO ROUBO NO BRASIL 
Lula e Dilma pedem para a ilegalidade continuar no Senado

Imagine a cena: avenida Ana Jansen, São Francisco, na calçada-estacionamento do Sistema Mirante de Comunicação. Você está parado aguardando um moto-táxi e é assaltado, facilmente. Outro dia está lá para pegar um táxi e... de novo é roubado, no mesmo lugar! Não é difícil, pois a área é um dos metros quadrados mais caros da cidade e igualmente perigosa, pela proximidade do bairro Ilhinha – onde a pobreza impera e praticamente surgido da remoção dos moradores palafitados da Lagoa da Jansen para um pequeno conjunto residencial, construído na beira do mangue da praia de Ponta d´Areia, há mais de 20 anos.

Claro, você tomará logo (além do susto) alguma providência no sentido de rever alguns pertences, principalmente documentos. Esqueça o dinheiro! Na delegacia, na primeira ocorrência, certamente os policiais se prontificarão em ajudá-lo, tentarão uma busca, uma diligência na área, a partir das características do meliante etc. Mas, se na segunda vez a autoridade policial lhe disser para “deixar para lá”, pois você já fora assaltado mesmo outras vezes, e o assaltante também é gente, precisa de dinheiro para comer, viver, se divertir, enfim... Já pensou?!

Enquanto jantava na sexta-feira passada, aproveitei também para assistir aos telejornais nacionais. Quase vomito quanto vi e ouvi a ministra Dilma Roussef, a toda poderosa e futura candidata à Presidência da República do Governo Lula, afirmar de viva-voz que o presidente do Senado Federal, José Sarney, não merecia passar pelo que estava passando e que jamais deveria pagar pelo que já acontece há muito tempo no alto poder do planalto brasileiro. Ou seja: aquilo que Dilma e Lula sabem que ocorre há anos na política nacional, eles estavam pedindo que continuasse a acontecer... Então o senador Sarney está apenas cumprindo um ritual comum no Congresso Nacional? É isso, minha gente, brasileiras e brasileiros?

Segundo a turma do Lula (que é “a bola da vez” da política do país), as tais ilegalidades ocorrem no Senado e na Câmara há pelo menos 15 anos (imagine na Presidência da República?), desde a época em que a atual oposição - leia-se PSDB e DEM/PFL - dominava o alto poder nacional. E os oposicionistas rebatem, dizendo que tudo começou no rodízio do controle da presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, criado pelo PT e PMDB, recentemente nos anos Lula.

Há tempos sabemos que somos assaltados todos os dias, temos consciência, seja em Brasília, no Maranhão ou na avenida indo ou vindo da praia da Ponta d´Areia. Mas não estou falando de assaltos à mão armada, como o discorrido no começo deste texto - aliás, só para lembrar, há 15 anos fui assaltado por três jovens malandros (dois deles pareciam ter menos de 18 anos) no centro de São Luís e, graças a Deus, estou “vivinho da Silva”. Falo dos assaltos em nível federal, estadual ou municipal dos políticos e controladores do povo – aqueles assaltantes eleitos, que se “prontificaram” a trabalhar por uma vida melhor para todos. Refiro-me sobre os que, de dois em dois anos, vêm a público pedir o voto da população, que é obrigada a sair de casa para votar, pois se não cumprir essa “ação cívica”, sofrerá várias e severas sanções e penalidades. Reflita comigo: somos obrigados a eleger os políticos para sermos assaltados, não é verdade?!

Mas, se aquele assaltante hipotético do início deste texto fosse pego em flagrante delito? E se ele desse o azar de ser pego pela sociedade indignada, o que aconteceria com ele? Meu Deus!...

Bom, deixemos isso para lá, pois as “severas leis” brasileiras tratariam de dar um bom caminho para a “recuperação” do meliante – certamente ele teria outras boas chances de cometer novas ilegalidades (e sabemos que isso acontece sempre), tanto na nossa vida diária como na política de todo o país – a própria ministra Dilma levantou a possibilidade, em sua fala na TV, e o presidente Lula disse que a oposição está usando o fato para “tomar a presidência do Senado no tapetão”.

A questão social que leva uma pessoa comum a assaltar, certamente é bem diferente do poderoso político que se apossa indevidamente da coisa pública. Na verdade, os assaltos viraram rotinas no Brasil. É tudo muito normal. O problema é que, dona ministra e senhores presidentes (creio que saibam), quanto mais se assalta na alta esfera federal mais se deixa de dar uma vida digna e melhor para todos – menos se investe em segurança, saúde, educação, trabalho, lazer... Consequentemente, menos o povo tem o que fazer e comer. Dá pra entender, Lula, Dilma e Sarney?

Essa questão de confundir o público com o privado está tão encravada no coração e na cabeça daqueles que tomam o poder de assalto, que até mesmo os que às vezes acreditamos um pouquinho mais, que está ali ao nosso lado, bem pertinho, nos enganam! Conheço a história de um político, ex-secretário adjunto de educação do Maranhão, que há alguns anos desviava a merenda escolar. Ou seja: tirava o pão e o leite das bocas das criancinhas paupérrimas, vocês acreditam?!

Outra história de dar dó: um jovem (não político), ex-secretário adjunto de comunicação, ao tomar posse, também achou que estava tomando posse de todo o dinheiro da sua pasta de trabalho – ele disse para alguns amigos próximos que não dava seis meses para enriquecer! Como, só com o salário de secretário adjunto?!

A coisa é bastante grave, porém parece que todos nós tapamos os ouvidos e olhos, muito menos procuramos sair da inércia que os políticos e seus seguidores fiéis nos botaram – nos cimentaram sem areia, vale lembra. Parecem os vícios da bebida e do cigarro (que são legais) ou os da maconha e da cocaína (que são ilegais). Eles entram e não conseguem mais sair, querendo sempre mais, e mais, e mais, e mais... Quanto mais, menos satisfeitos. É doença!

Fico assustado, estarrecido, decepcionado e também me sinto aviltado quando alguém próximo (amigo ou não) exclama que está louco para se colar ao político da vez para “comer um pouquinho” do estrago que ele fará. Até parece já tudo planejado.

A mentalidade é pequena, e ninguém quer entrar no poder para trabalhar e enriquecer licitamente, com talento e suor, em prol da coletividade – especialmente daqueles que tanto precisam de um pouco de dignidade para sair da lama e deixar de assaltar à mão armada. Sabemos que essas pessoas são capazes de matar para conquistar o seu intento. Soube de casos de uma pequena revenda de água mineral, em frente ao Sistema Mirante de Comunicação, que os meliantes levam tudo que está no caixa: às vezes, menos de 10 reais, trocadinhos. E se não der, o vendedor-trabalhador pode perder a vida!

Certa vez, um estudioso professor universitário me confidenciou acreditar que essa ganância por roubar, em todos os níveis da sociedade, está em função da colonização portuguesa no Brasil ter sido realizada, em sua maioria, pelos piores tipos de gente, que era praticamente expulsa de Portugal para a preservação e segurança da Corte Real. Ele também revelou que, nessa época, era comum gritar: “ladrão, ladrão, ladrão!” e outros abrirem as portas de suas casas para dar abrigo ao ladrão. Exatamente isso: escondia-se o meliante!

Sendo assim, o sofrimento de todos estará garantido por muitos e muitos anos. Então, que Deus nos proteja!

Marcos Baeta Mondego
(cidadão brasileiro e maranhense com orgulho)
São Luís, sábado, 04 de julho de 2009.

OS USURPADORES DO BRASIL E OS POLITICAMENTE CORRETOS
A quem recorrer em um país que não é sério?!

Após vários acontecimentos estapafúrdios da política brasileira, soube nesta segunda-feira que uma pessoa próxima – conhecida minha - estava ansiosa e salientava veementemente a sua insatisfação com o não recebimento da fatura do cartão de crédito, atrasado há quase 20 dias, a exemplo do que ocorrera na cobrança do mês anterior – segundo ela. Reclamava muito, pois não entendia porque até aquele momento, ainda não havia chegado. No mês passado, chegou a pagar todas as multas e juros devidos, daquilo que não tinha responsabilidade... Não tinha responsabilidade?! Desde quando?!

No Brasil, tornou-se hábito as pessoas se “fingirem de mortos”. Há bem pouco tempo, o presidente Lula chegou a convencer o povo brasileiro que nada sabia sobre os desvios de verbas feitos para o caixa 2 do seu partido político. Para chegar ao milésimo gol, o craque-artilheiro Romário, aos 40 anos de idade, se fingia de morto na área para fazer os zagueiros esquecê-lo. Agora, recentemente, o atual presidente do Senado, José Sarney, disse também que não tinha conhecimento das irregularidades que ele mesmo teria cometido. Então, porque não esquecer de ligar para o 0800 (de graça) ou mesmo enviar um e-mail (ágil, fácil e eficiente) à administradora de cartões de crédito para solicitar o envio da fatura em tempo hábil para pagamento ou mesmo comunicar que a cobrança ainda não chegara?

No mês passado, o presidente do Brasil, do PT, tentou ser fiel ao seu fiel escudeiro presidente do Senado, do PMDB, ao defendê-lo valorizando a sua biografia política. Ao perceber o ato falho público e alertado por assessores de imagem, Lula voltou atrás na semana passada, repassando a responsabilidade a quem elegeu os senadores e o presidente do Senado. Ainda na mesma semana, o bate-boca entre os senadores Tasso Jereissati, do PSDB, e Renan Calheiros, do PMDB, deixou bem claro quem verdadeiramente são os nossos representantes políticos - foram objetivos nas acusações e demonstraram o tanto e quanto um conhece bem o outro. Falar a verdade, de viva-voz, ao vivo para todo o Brasil, desde quando é quebra de decoro parlamentar?!

Nesse vai-e-vem de interesses pessoas, de muita má fé neste país que definitivamente não é sério, os políticos conseguem revelar na cara-dura que tudo isso não passa de “dinâmica da política”. No final dos anos 80, após uma disputa acirrada com Luís Inácio Lula da Silva, o governador de Alagoas Fernando Collor elegeu-se presidente da nação em uma campanha eleitoral memorável. Ao assumir, Collor de Melo foi ríspido e taxativo sobre as qualidades do seu antecessor, presidente José Sarney. Segundo o ex-governador de Pernambuco e senador do PMDB Jarbas Vasconcelos, Fernando Collor chegou a chamar Sarney de ladrão! Na semana passada, o mesmo Collor de Melo teve uma discussão áspera com o senador gaúcho Pedro Simon - também do PMDB e não aliado de Lula-Sarney – assumindo definitivamente a liderança da tropa de choque do presidente do Senado. Mais uma vez a afirmativa: um conhece bem o outro!

Seria melhor ficar calado diante dos últimos acontecimentos porque é politicamente correto?! Segundo alguns convidados do programa “MTV Debate”, capitaneado pelo cantor e compositor Lobão, parece que sim! Entendi assim, pois o assunto debatido de forma genérica relacionava tópicos específicos e temas pertinentes aos negros, brancos, portugueses, gays, políticos, religiões, animais, loiras, enfim... No final do programa, ficou no ar que não fazer a piada é legal, é melhor, é moral, é reverente etc. Fingir que não há discriminação no Brasil e se “fingir de morto”, então é politicamente correto. Fingir que nada demais acontece na política nacional e no Senado Federal; que a dupla de companheiros Lula-Sarney nada sabe sobre nada; que a fatura do cartão de crédito ainda não chegou e que isso não é problema de quem paga, tudo não passa de ações politicamente corretas.

Tem um prefeito piauiense - acusado de tentativa de estupro a uma criança de 8 anos - que na CPI da Prostituição Infantil preferiu ficar calado às acusações e perguntas a ele direcionadas pelos deputados. Isso é uma prerrogativa constitucional legal que levaram muitas pessoas a se calarem diante da ilegalidade. Processar, acusar e buscar direitos para que?!

Também tem a história do juiz de uma cidade amapaense que “fazia a festa” com a criançada. Ele é acusado de vários crimes contra menores e ainda se dá ao direito de nada declarar, porque o processo corre em “segredo de justiça” – manhosamente, essa norma processual o meritíssimo respeita direitinho! Aliás, ele sabe bem o “caminho das pedras”, conhece melhor ainda as entrelinhas das leis e o peso da toga que usa todo o dia – é como vestir a camisa da “seleção canarinho”.

A propósito, lembrei nesse instante: teve um fato que aconteceu comigo há alguns anos, quando um grupo de menores de rua quebrou a janela do meu veículo na tentativa de roubá-lo. Cheguei na hora. Busquei as formas corretas para resolver o problema: chamei a polícia, pegamos os meninos e levamos para a delegacia. No caminho, os policiais me disseram que não daria em nada. Na delegacia, me disseram que os meninos seriam logo liberados, pela idade deles. Enfim, fiquei no prejuízo mesmo...

Passaram alguns dias e “os moleques” tentaram novamente o mesmo crime, encarando a mim e a alguns amigos. Eles fugiram, e nós os seguimos. Ao encontrá-los, estavam em companhia das mães e de um promotor de justiça de uma cidade maranhense. Conversando com o doutor-promotor, ele parecia embriagado. Com um copo na mão, sem camisa e só de bermuda, saiu em defesa dos menores (na frente deles!), argumentando que é um problema social sem solução, que as pessoas precisam fazer cada um a sua parte e que precisamos dar as mãos para ajudar os filhos da “cumade” dele. Pensando assim, já fiz a minha parte. Hoje dou risadas, mas na época fiquei “puto”! É tanta barbárie hilariante...

Quando falo de algum fato dos políticos - por exemplo - a minha intenção não é fazer campanha contra ninguém. São acontecimentos públicos e notórios que nos movem, remexem as mentes, juntam as idéias e saltitam os dedos nos teclados.

O senador Pedro Simon lembrou bem a história do senador Romero Jucá, líder do Governo Lula, outrora também líder do Governo FHC. Simon disse que o errado não é o Jucá, mas sim o Lula e o PT, que fizeram tanta oposição traquina ao PSDB-PFL e hoje seguem os mesmos passos do passado, por isso tem o mesmo líder. E outra: na tentativa de salvar Sarney na presidência do Senado, a tropa de choque do PMDB-PT fez tanta chantagem à oposição, relembrando fatos e atos ilegais e iguais aos de hoje, como se dissessem: “pô, galera, naquela época a gangue de vocês fez e aconteceu e nós ficamos calados; deixa agora a gente agir, senão botamos a boca no trombone!” Assim, foram buscar documentos, montaram dossiês e tudo isso pareceu uma ducha de água fria na cara da oposição, que nesse início de semana já parece cabisbaixa... Indica que engoliram mesmo, mestre Collor!

Ah, uma jovem conhecida minha - que nas férias foi visitar a família do noivo em Formosa, Minas Gerais - ao ser apresentada como maranhense, veio logo a piadinha: “hum, terra do Sarney, aquele!” Aproveito a deixa para informar aos brasileiros e brasileiras que, como está bem transparente neste texto e nas inúmeras matérias e fatos publicados na imprensa nacional, este imenso Brasil é composto de vários estados e de outras piadas e discriminações. O Sarney é maranhense, senador do Amapá, mas bem que poderia ter nascido em Minas Gerais – lá mesmo em Formosa - que não teria diferença alguma. Afinal, tem muito mineiro envolvido em escândalos nacionais também. Como o... bom, aí já é conteúdo para outra história - talvez idêntica.

Para passar a régua e fechar a conta, muita gente acha que quando explicito minhas opiniões por aqui, estou em momento de fúria e indignação. Não, longe disso, muita gente! Nos últimos dias sorri bastante ao assistir às palhaçadas do circo político brasileiro. E ao relembrar cada fato narrado e escrever o presente dito cujo, estava às gargalhadas, pois não sabia como encerrá-lo e não tinha noção a quem recorrer em um país que não é sério. Porém, graças a Deus, eis que surge uma luz irreverente: começa o programa humorístico CQC, da Band. Então, é hora de parar! Até porque não devemos achar que a coisa é só divertimento, lazer, alegria e piadas – o negócio é sério, meu nego! Até mais ver...

Marcos Baeta Mondego
São Luís, segundona, 10 de agosto de 2009

04/02/2010

PORQUE DEVEMOS CRIAR A APRO-MA
“no Maranhão todo mundo faz programas”

Um belo dia, sapeando a TV em casa, deparei-me com alguns programas esdrúxulos nas emissoras locais que me deixaram pasme, de queixo caído, de tão ruins que eram! Aliás, são - porque continuam no ar!

Se não bastasse o nível baixo e deprimente dos intervalos comerciais das ditas cujas, os donos de concessões públicas de radiodifusão no Maranhão – pensando somente em seus bolsos – resolveram absurdamente escancarar as portas da esperança para os produtores independentes e dependentes de programas de televisão, de plantão no Estado. Digo assim - dependentes e independentes - porque vocês podem tirar as suas próprias conclusões, assistindo aos programas. Aliás, vamos grafar entre aspas mesmo: “dependentes e independentes”, para sermos mais diretos. Com isso, um monte de “profissionais” está achando que sabe fazer vídeos, especialmente programas.

Têm produtoras e produtores que, não se contentando em fazer o break ruim, resolveram fazer o programa inteiro de baixo nível. Quem é de fora do Estado e assiste à TV maranhense (ops, qualquer semelhança é mera coincidência), vai ter a absoluta certeza que aqui na "Capital do Reggae", "A Atenas Brasileira", "Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade", dentre outros títulos, só tem profissional fraco de televisão. E tomara que eles não ouçam as nossas emissoras de rádio... É muita gente berrando, querendo vender e ganhar no grito!

Nesse mesmo dia, sabendo que tenho no Messenger vários contatos que trabalham no meio, resolvi colocar o seguinte título na minha apresentação pessoal: “No Maranhão Todo Mundo Faz Programas.” A frase passa um tom ambíguo, jocoso, e logo a primeira resposta: o radialista e locutor Jeisael Marques (Groove) entra on line e faz alguns comentários sobre questões e insatisfações suas com o mercado. Como diria o produtor Márcio Carneiro (Zen): lamúrias...

Em outra oportunidade, também conversando com o produtor Dílson Ramos (Via Azul) sobre o assunto, outras e novas lamúrias... Depois, com Maikel Serra Mondego (MSM)– “puta nova no mercado” – mais choro!

Confesso que me indigna saber que sou capaz e não faço nada. Errar por omissão me incomoda. Prefiro pecar pelo excesso (por isso, acho, sou conhecido como “diretor chato”, pois acabo sendo excessivamente detalhista no trabalho, em função da dedicação – tenho cada trabalho como um filho. E também sou “pai-coruja”). Afinal, trabalhamos com comunicação social, propaganda, publicidade, marketing etc. Não é uma função qualquer! Agora, ficar parado?!

Resolvi então “teclar” com algumas pessoas sobre as suas indignações com o mercado, que eram exatamente as mesmas. Redundantes até... Como tenho mais intimidade com Dílson e Jeisa, os convidei então para uma conversa pessoal – o que acabou acontecendo no mesmo dia. Por aí deu pra sentir que havia interesse mútuo, pela resposta da “reunião” que fizemos. Logo - por emails, telefonemas e até “ao vivaço” – resolvemos agregar todos numa reunião maior. O produtor Beto Pio (AMG), surpreso, me ligou em casa para comentar o que ele tinha conversado há alguns meses com a publicitária Vanda Torres (VCR), presidente da recém-organizada ABAP-MA. Empolgado, convidou também as agências de propaganda para essa nossa “primeira reunião”.

Tinha pautado com Jeisa e Ramos que as agências seriam o terceiro momento que buscaríamos. E com a APRO concretizada, ficaria mais fácil conversar com dona Vanda de igual pra igual, do que ela nos encaminhar (pegando a nossa mão) e nos levar para o paraíso. Assim, correríamos o risco de ficar com o “rabo preso”. Organizados, poderíamos também conversar no mesmo nível com os donos de emissoras, por exemplo, sobre “os seus programas” - que seria um quarto momento agendado.

Há pouco tempo um profissional de produtora de grande agência local me disse que ouviu falar que a APRO-MA já estava “nascendo morta”. Outro comentou que um membro da Associação - que o considero envolvido – estava bastante desanimado porque na primeira reunião foi bom; na segunda, ruim; na terceira, pior; e a quarta reunião, talvez, nem aconteceria...

Com a criação da APRO, acredito que não sofrerei tanto com os valores bases a serem cobrados, pois há anos cobro bem os meus trabalhos. Mas confesso que nesses anos passados, também perdi bastante. Em 2001 e 2002, por exemplo, tinha vários clientes de varejo que investiam bons orçamentos nas produções. Passava 2,3 ou até 4 dias somente na captação de imagens. Hoje eles preferem participar do joguete que as produtoras os colocaram, dando a eles o privilégio de pagar mal e dizer quando e como. E o cliente ainda cobra qualidade, agilidade, tráfego e “que não encha o saco, viu?!”

Tenho fé em DEUS que a Associação dos Produtores e Produtoras de Áudio e Vídeo - APRO-MA, nascerá, crescerá, desenvolver-se-á, agregará ainda mais pessoas físicas e jurídicas e jamais morrerá! Ficará eternamente marcada para as gerações futuras de profissionais e empresários que viverão dias melhores que nós. Tenho a certeza que seremos lembrados pela iniciativa de organizar um mercado sem futuro, de uma classe desunida e desleal, mas que mostraremos às outras entidades de classes que somos capazes e inteligentes o suficiente para, pelos menos, lutar por aquilo que é nosso, de direito. Vamos à luta, pessoal! Cadê vocês? Chega de rodar a bolsinha! Abraços a todos, companheiros e não-companheiros.

Marcos Baeta Mondego

TVM Comunicação - Produtora de Som & Imagem


PS: Publicado em maio de 2008 no www.apro-ma.blogspot.com