28/10/2011

CINEMA





Agora é oficial: O Fim da Película

Publicado no Facebook por William Pacini.
 ·  ·  · há 5 horas · 


É o fim de uma era, que começou em 1888: o cinema, como imaginado pelos irmãos Lumière (foto acima), está morto.

Os três maiores fabricantes das caríssimas câmeras de cinema não mais fabricarão modelos de película.

O cinema, a partir deste 2011, será exclusivamente digital – pelo menos, no que depender de equipamento novo.

De acordo com um artigo no site da revista Creative Cow, a alemã ARRI, a francesa Aaton e a norte-americana Panavision encerraram, sem muito alarde, a fabricação de câmeras de cinema que usam os tradicionais filmes “de película”.

O artigo, aliás, foi apropriadamente intitulado Film Fading to Black, fazendo referência ao efeito de escurecer a cena até a tela ficar completamente negra, normalmente usado para encerrar a história.

Bill Russel, vice-presidente de câmeras da ARRI, conta que o problema não é a diminuição gradual do uso dessas câmeras. Em entrevista à Creative Cow, deixou claro que a coisa foi cataclísmica: “a demanda por câmeras de película, em todo o mundo, simplesmente desapareceu”.

Segundo Russel, esse foi o motivo pelo qual a empresa, desde 2009, só monta câmeras de película sob encomenda. Jean-Pierre Beauviala, fundador da Aaton, faz côro: “Absolutamente ninguém compra mais essas câmeras. Por que comprar uma nova, se há tantas usadas muito mais barato pelo mundo? Não sobreviveríamos nessa atividade se não projetássemos nossa própria câmera digital”.


Obviamente, isso não implica que filmes em película vão parar de ser rodados imediatamente. Por muitos anos ainda as câmeras existentes e os rolos de filme virgem (ainda fabricados) se transformação em arte. Todavia, o fato marca o declínio indelével dessa mídia.

Podemos esperar que, em breve, Kodak e Technicolor parem também de produzir as próprias películas, que se tornarão cada vez mais difíceis de encontrar, manipular revelar e editar.

Como o próprio Creative Cow definiu a situação: “Alguém, em algum lugar do mundo, tem em mãos hoje a última câmera de cinema ‘das antigas’ a sair de uma linha de produção". Ou, como resumiu o site Saloon.com: as câmeras de filmes serão para o cinema o mesmo que as máquinas de escrever são hoje para a literatura.

Mesmo o cinema digital pode, em breve, morrer, segundo o artigo da Creative Cow. A internet conseguiu fazer o que a TV não havia conseguido: tornar o cinema menos relevante. Quem nunca desistiu de ir à sala de projeção porque já havia visto o filme na telinha do computador – possivelmente pirateado – que atire a primeira pedra.

É triste. Mas o mundo gira. É preciso.



Abaixo, texto original em inglës:
Now and the End of Official Films

It's the end of an era that began in 1888: the cinema, as imagined by the Lumière brothers, is dead. 

The three largest manufacturers of expensive film cameras no longer fabricate models of film. The film, from 2011 this will be exclusively digital - at least in the views of new equipment. 

According to an article in the journal Creative Cow, the ARRI German, French and American Aaton Panavision ended without much fanfare, the manufacture of film cameras that use the traditional film "film".

The article, moreover, was aptly titled Film Fading to Black, referring to the effect of darkening the scene until the screen goes completely black, usually used to finish the story. 

Bill Russell, vice president of ARRI cameras, says the problem is not the gradual decline in the use of these cameras. In an interview with Creative Cow, made it clear that the  thing was cataclysmic: "the demand for film cameras in the world, just disappeared." 

According to Russell, this was the reason the company since 2009, only film cameras mounted on request. Beauviala Jean-Pierre, founder of Aaton, makes chorus: "Absolutely no one buys these cameras more.

Why buy a new one, so if there is used a lot cheaper in the world? This activity would not survive unless we design our own digital camera. "Obviously, this does not mean that will stop movies on film to be shot immediately. For many years to come the cameras and rolls of unexposed film (still manufactured) is transformed into art.

However, it marks the decline of this media indelible. We hope that soon, Kodak and Technicolor also stop producing their own films, which will become increasingly difficult to find, manipulate and edit to reveal.

As the Creative Cow defined the situation: "Someone, somewhere in the world, has in hand today the last movie camera 'the old' out of a production line." Or, as summed up the site Saloon.com: cameras to film movies are the same as the typewriters are today for literature.

Even the digital cinema may soon die, according to the Creative Cow article. The  internet managed to do what the TV had failed to: make the film less relevant. Who never gave up going to the projection room because I had seen the film in the computer's screen - possibly pirated - cast the first stone.

It's sad. But the world turns. You have to.

18/10/2011

Tudo vira mídia - compartilhando uma ideia genial.



Senhoras e senhores, leitoras e leitores, inquietos e inquietas, pesquisadores e pesquisadoras, fuçadores e fuçadoras... 

Enfim, a todos.
Resolvi publicar o texto abaixo, aqui no blog, por achar a ideia bem interessante, pois vejo nela algo que pensei (não exatamente para vídeo ou mídia TV) e compartilhei com o amigo radialista Jeisael Marx - a quem convidei para ser o meu parceiro publicitário e empresarial, ainda em 2008, nessa empreitada.
O nosso projeto continua vivo e inédito, talvez em todo o Brasil. E, breve, o mercado maranhense será envolvido e todos serão convidados a participar.

Parabéns à equipe Maracom.


CHEGAMOS!


No princípio era o Verbo e tudo começou como sempre tudo começa: um problema, um papel branco, uma caneta azul e uma escuridão tremenda. Logo depois Ele teve um insight e fez-se a luz. E foi-se a manhã e a noite do primeiro dia.
Aí, começou a criar as coisas, muitas coisas, e via que era bom. Bem, ao menos não tinha ninguém para botar defeito. E acabou percebendo um novo problema. E foi-se a manhã e a noite do segundo dia.
Talvez num dos maiores momentos de “apertar botão”, o Criadoracabou concebendo um Homem.E, sem passar brief, solicitou logo um job à sua criação: “Dê nomes para todas as coisas que Eu criei”. E foi-se a manhã e a noite do terceiro dia.
Daí Ele percebeu que, em partes, o problema estava resolvido. Sim, porque os nomes criados eram meio chavões. Faltava alguém mais crítico. E criou a Mulher, e viu que era bom. Muito bom! E foi-se a manhã e a noite do quarto dia.
Na manhã do quinto dia, a equipe estava enfim completa, com o Diretor, o Criativo e sua nova Assistente. E foi-se a tarde e a noite, quando decidiram pedir uma pizza.
No sexto dia findava-se a primeira campanha publicitária de toda a história. Pássaros cantavam nos céus, animais andavam nas terras, peixes nadavam nos rios e oceanos; flores coloridas pelos campos e frutas à disposição para a dupla se deliciar no trabalho. Mas uma fruta, apenas umazinha bem ao centro do departamento de arte, recebia um belo frontlight a sua frente que dizia: “Não coma.”
No sétimo dia Ele descansou e a dupla aproveitou para fazer alterações em alguns layouts.
Daí pra frente, a coisa deu uma desandada e começaram a aparecer os primeiros problemas comuns das equipes de criação: Egos inflados aqui, piração pelos festivais acolá, e aquele frontlightcomeçou a incomodar.
Com o passar do tempo a assistente já não criava mais nada até porque cabia a ela apenas auxiliar mesmo. Só que ela também desejava ser famosa e reconhecida. Um leão era o seu grande sonho, mas não o que ela tinha a distância da mão. Tinha que ser o de Cannes.
Sabendo disso, a Serpente acabou dando o primeiro passo para ser um bom Atendimento e vendeu a maçã. Alegou à Assistente que o fruto proibido era a fonte de toda a criatividade do Diretor de Criação e despertou o primeiro desejo de consumo que se tem notícia.
Mas convenhamos, quem resistiria à garantia de criatividade ilimitada? Nem eu nem a Eva. A moça não teve a mínima culpa por ter caído em tentação… E o Adão? Grande Adão amigão do Zeca. Caiu no conto das propagandas de cerveja quando uma modelo de cachê altíssimo, apenas de folhinha, sussurrou em seu ouvido: – Experimenta…
E com isso eles foram expulsos daquela agência e obrigados a povoar a Terra com filhos-logomarcas, filhos-outdoors, filhos-anúncios, filhos-luminosos, filhos-embalagens, filhos-filmes, filhos-spots; ficando para a posteridade a lição de que a cada problema resolvido, sobe-se um degrau da escada que leva ao próximo Anuário.
Aqui está criado e iniciado o MARACOM, às 16:00 do dia 17 de Outubro de 2011. Uma data nada mais que conveniente se ressaltarmos que é o dia do profissional de Propaganda. Nascido da cabeça do inquieto publicitário Silvano Lago, O MARACOM é iniciativa de criar um canal de conteúdo de informação digital da área de comunicação do estado do Maranhão, Com o interesse de se consolidar como uma das mais importantes ferramentas de interação e discussão do setor no estado. Discutindo o modelo e futuro do nosso negócio, que vem evoluindo diariamente com novas tendências e inovações tecnológicas. Um projeto com o objetivo de tornar-se ferramenta de interação e desenvolvimento de ações, entre agencias, veículos e anunciantes. Além uma forma motivacional que dará o impulso necessário para o crescimento da área da comunicação em nosso mercado.
Sejam Bem Vindos!

BUSTV CHEGA A SÃO LUÍS

Posted on 18. out, 2011 by  in MercadoMídiaNovidades


A rede de mídia out of home BusTV, que exibe seu conteúdo em monitores instalados em ônibus de diversas cidades brasileiras, dá continuidade ao seu projeto de expansão. A partir deste mês de outubro, o sinal chegará a veículos do transporte público da cidade de São Luís.
Na cidade paulista serão instalados 100 monitores dentro de importantes linhas que circulam pelo município. Já na capital nordestina serão, inicialmente, 70 monitores instalados em ônibus. A idéia da companhia é ampliar esses números para mais veículos, nas duas cidade, nos próximos anos.
Com essa ampliação, sobem para 13 o total de cidades brasileiras com operação da BusTV. São elas: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Sorocaba (SP), Magé (RJ), Uberlândia (MG)  e, agora, São Luís (MA) e Campinas (SP).


Mais informações no site: http://maracom.com.br/

Os monitores da BusTV exibem uma programação de entretenimento e informação (com a utilização do conteúdo da TV Record, parceira da empresa) e anúncios publicitários.

19/04/2011

FUTEBOL


Torcida 10 x 0 Dirigentes & Políticos

Desorganização e desrespeito marcam a Copa do Brasil no Maranhão


Domingão, tarde ensolarada de 18 de janeiro de 1981. O estádio Nhozinho Santos recebeu belo público para a estreia do Sampaio Correa no Campeonato Brasileiro daquele ano contra o Itabaiana-SE. O time maranhense era bom e tinha no lateral direito Terezo sua grande referência. O jogador chegou a ser lembrado para a Seleção Brasileira, do exigente técnico Telê Santana, para a reserva do excepcional Leandro, do Flamengo-RJ.

A equipe “boliviana” escalada para aquele dia era: Marcial, Terezo, Darci, Darci Munique e Jair; Rosclin, Magela, Toninho e Zé Ivan; Cabecinha e Bimbinha, sob o comando do experiente técnico Otacir Viana. Essa equipe base fez história com uma das melhores campanhas do tricolor maranhense no campeonato nacional.

No início da adolescência, segui a pé com uns amigos do bairro onde morava até à Vila Passos, subindo a rua Catulo da Paixão Cearense e já com os ingressos nas mãos. Entramos logo na primeira catraca de acesso ao estádio, na mesma rua, bem na esquina. Tudo tranqüilo, tudo bem fácil para chegar, adentrar e se acomodar. Era início dos anos 80. E naquela época, no “Gigante da Vila”, existiam 6 saídas e 6 entradas (incluindo o setor de cadeiras) com 4 catracas.


Eu e meus amigos ficamos, por opção, em pé no primeiro tempo, bem atrás do gol que dá fundos para a avenida Kennedy, fazendo barulho e incomodando o goleiro adversário. No intervalo, seguimos para a parte alta da arquibancada, ainda no mesmo setor do estádio. Essa mesma praça esportiva já abrigou mais de 20 mil pessoas e já contou, também em 1981, com um amistoso do Moto Club contra o excelente time do Atlético-MG, vice-campeão brasileiro de 1980. Porém, o recorde de público é de 24.865 pessoas, em 26 de março de 1980, quando o Maranhão Atlético Clube empatou com o Vasco da Gama-RJ em 0 a 0. Faz tempo, hein?!

Fim de partida. E na estreia “sampaína” no Brasileirão de 81 (que continha mais de 40 equipes nacionais), empate em 1 a 1 e só um pontinho garantido na tabela de classificação. Saímos tranquilamente pela mesma porta de entrada. Os 6 largos portões se abriram faltando 15 minutos para encerrar o jogo. E o bom público fluiu da mesma forma que chegou: sem badernas, sem brigas, sem empurrões, sem cavalaria, sem interseção da polícia, sem “corredor polonês”, sem filas e sem correr o risco de alguém se machucar. Que maravilha! E foi a minha primeira vez em um estádio de futebol.


Estamos agora em fevereiro de 2011. O Sampaio Correia estreia na Copa do Brasil contra o Sport-PE e o IAPE joga com o Atlético-MG (aquele mesmo que um dia lotou o estádio municipal de São Luís). Os jogos são na mesma semana: um na quarta-feira e o outro, quinta-feira. É grande o apelo popular, dada a carência de boas equipes jogando no Maranhão. E as nossas equipes participam hoje da 4ª divisão do Campeonato Brasileiro de futebol.

Prometi levar o meu filho de 11 anos aos jogos, mas ainda bem que não deu certo. Fiquei feliz, por isso. Ao chegar para o jogo da quarta-feira, do IAPE, time do vereador-presidente da Câmara de Vereadores da Capital, Isaías Pereirinha, dei de cara com enormes filas na rua lateral de entrada das cadeiras do estádio e na praça Catulo da Paixão Cearense, onde ficam as bilheterias.

Bom, até aí tudo bem. Estava tranqüilo com o ingresso na mão. Então era só entrar, pois faltava um pouco menos de 1 hora para o início do jogo. Percorri as filas, cheguei à primeira entrada de 4 catracas, bem da esquina da praça, e logo percebi que teria dificuldades em função da desordem, aglomeração de muitas pessoas na “boca da entrada” e insuficiência de policiamento ou seguranças de apoio para dar garantias ao andamento natural das filas quase infinitas.


Desisti dessa primeira opção, passei pela entrada das cadeiras, setor que já estava lotado, e cheguei à segunda e outra opção para entrar no estádio, no final da mesma rua que dá acesso ao mesmo local onde, anos atrás, fiquei pela primeira vez para assistir à uma partida de futebol. As filas pareciam mais tranqüilas e se movimentam lentamente. Mas a desordem e a aglomeração eram as mesmas. Não havia policiamento suficiente para dar segurança e muito menos pessoal de apoio para garantir a entrada de milhares de pessoas apaixonadas por futebol de boa qualidade e bom nível.

A bagunça era geral. E a fila ainda parou depois que o jogo já tinha iniciado. Tudo porque uma equipe médica móvel chegara atrasada e entraria por ali mesmo, no meio de uma multidão já transtornada pela espera e por perder o início da partida que já estava paga ao comprar o ingresso, pois somente bastaria acessar o local do jogo. Ali também percebi que os “furões” eram a pura “lei de Gérson” em ação. Até um jovem político maranhense “de esquerda” se infiltrou na aglomeração formada nos acessos das 2 únicas catracas disponíveis, não “dando uma carteirada” tradicional de autoridade, mas se envolvendo no empurra-empurra sem enfrentar a enorme fila como a maioria presente e paciente, torcedores como o “nobre” deputado estadual.


Enfim, assim como eu, várias pessoas conseguiram entrar no estádio depois de correr muito risco. Eu, particularmente quando dei conta, já estava com 20 minutos de jogo, ou aproximadamente 1 hora e 20 minutos de muita luta para usar um ingresso que comprara ainda pela manhã do dia do jogo em uma loja da cidade. E o jogo? Bem, o jogo era bom e os mineiros já venciam por 1 a zero, gol de Ricardinho.

Fiquei no mesmo local da primeira vez que fui ao estádio (que coincidência, que emoção). No fim do 1º tempo, como de costume e aproveitando o vai-e-vém do público, fui para a parte alta daquele mesmo gol que dá fundos para a avenida Kennedy, lembram? No decorrer do 2º tempo, percebi que onde estava e até aonde avistava, era notório que o público era excelente, mas não o suficiente para o desconforto no estádio. Na maior parte das arquibancadas, tinha muita gente sentada, inclusive onde depois fiquei. Havia muitos vazios entre as pessoas. Conclusão: o público era ideal; faltou foi ordem dos promotores do evento, que levaram muito dinheiro com o jogo e poderiam ter dado garantias e segurança ao comprador do ingresso. Ah, e falando um pouco da peleja propriamente dita: o Atlético virou o jogou para 3 a 2 após o IAPE dominar os mineiros e estar vencendo por 2 a 1, também de virada. Bom jogo, mas o time maranhense cansou, visivelmente mal preparado no aspecto físico.


Chegou então a quinta-feira, dia de Sampaio e Sport. E, mais uma vez, comprei o ingresso antecipadamente. Apesar de menor apelo popular do time pernambucano, a torcida tricolor é grande e apaixonada. Havia indícios que o público seria igual ou maior que o presente no dia anterior.

De novo, cheguei com 1 hora de antecedência. As filas imensas pareciam andar com tranqüilidade, próximo ao setor das bilheterias. Mas logo percebi que o policiamento, como na quarta-feira, era insuficiente e não havia equipe de apoio para dar segurança e fluidez ao acesso do torcedor ao estádio. Inclusive, isso deveria ser garantido, por obrigação, pelo promotor do evento e mandante do jogo, no caso o time “boliviano”. Que nada! Irresponsabilidade geral, uma vergonha!

Voltei e deixei o carro na avenida Kennedy, indo direto para a entrada do mesmo local do dia anterior. Chegando lá a confusão era maior. Para piorar, tinham 2 ambulâncias aguardando no mesmo portão. Era tanta gente que não deu para eles acessarem logo o campo. Até que uma viatura da polícia (o famoso camburão) entrou no meio da multidão, abriu caminho e levou junto a ambulância, aumentando ainda mais a confusão. Detalhe: antes de tomar tal atitude o pessoal da guarnição “deu carona” para 2 pessoas à paisana, que estavam esperando igualmente a vários outros torcedores.

Depois de muito sufoco, que SUFOCO, consegui entrar (os organizadores bem que poderiam colocar um carro de som da próxima vez nas entradas, tocando a música homônima da Alcione para distrair o público). E o jogo? Bem, o jogo já estava em andamento, com quase 25 minutos e no zero a zero.

Veio o 2º tempo e fui direto para a arquibancada que fica de frente para o setor de cadeiras, onde normalmente fica a torcida organizada do tricolor. Percebi, então, que o estádio estava com excelente lotação, mas não o suficiente para tanto sufoco para acessá-lo. Fiquei em um local tranqüilo, espaçoso entre os torcedores. E a conclusão é a mesma: desordem, desrespeito e inacessibilidade criados pelos organizadores do evento, no caso a diretoria do SCFC.


Fim de papo. Sampaio 0x0 Sport-PE. Jogo bem movimentado, com domínio parcial do time maranhense, que perdeu muitos gols e não soube aproveitar a vantagem de um jogador a mais em campo pela expulsão de um zagueiro pernambucano.

Nos jogos “fora de casa”, o IAPE levou uma goleada em Minas Gerais, dando adeus à Copa do Brasil, mas o Sampaio empatou em 1 a 1, em Recife, classificando-se para a próxima fase. Nesse mesmo dia, lembrei de escrever este texto e comecei a levantar as questões pertinentes ao seu conteúdo, sabendo que toda a confusão seria recorrente com o jogo em São Luís contra o Santo André-SP, atual vice-campeão de São Paulo, pela 2ª fase do torneio. Tinha a absoluta certeza que nada de bom, além da inesperada classificação maranhense, seria feito para o melhor tratamento ao torcedor apaixonado pelo “esporte bretão”.

Não adianta mais narrar os fatos do período antes do jogo aqui, contra os paulistas. Serei redundante, assim como foram a diretoria do Sampaio, mandante do jogo; a administradora do estádio, prefeitura de São Luís (o prefeito estava presente); e o governo do Maranhão, responsável pela segurança pública e pela Polícia Militar do estado. Os erros foram os mesmos! Os desrespeitos, idem!


E o time tricolor, jogando muita bola, sapecou 3 a zero no início do 2º tempo, mas cansou e deixou o Santo André diminuir para 3 a 2, com total influência da entrada do maranhense Célio Codó, atacante do Sampaio emprestado ao “Ramalhão”. E com o resultado, ficou a esperança da 3ª fase da Copa do Brasil em São Luís, com a presença do Palmeiras-SP no mesmo estádio, já pensaram?!

No Facebook, após o jogo do Santo André aqui, alguns comentários vieram à tona, como este de uma torcedora: “Parecia piada ontem o tratamento dado ao público do jogo, quando policiais apenas observavam a desordem”. Outro respondeu: “Olha, acho que a piada foi além... Enquanto uma fila enorme esperava pacientemente mais de 1 hora para entrar no estádio, a confusão estava formada justamente onde os policiais fizeram um ‘corredor polonês’ para por ‘ordem na casa’, enquanto outros entravam com viaturas pelo mesmo lado da confusão levando gente à paisana de carona. Produto ruim de responsabilidade do Sampaio Correa, sem ordem nem respeito, no estádio da prefeitura, sem a mínima condição estrutural e sem a segurança que a Polícia Militar deveria oferecer. E era contra o Santo André, imagina se vier o Palmeiras”. Resumido e redundante: o mesmo conteúdo que tratei desde o início neste espaço.

É fato que o Maranhão tem público apaixonado por futebol. O produto oferecido pelos clubes locais e “apoiado” pelo poder governamental que é ruim. Um dos maiores estádio do Brasil, o Castelão, por exemplo, está fechado há quase 8 anos. Em 1997, o Sampaio Correa lotou essa praça esportiva por várias vezes, jogando a 3ª divisão do Brasileiro e “levantando o caneco” de campeão. Já pensaram se os jogos fossem no “municipal”? Em 1998, a Seleção Brasileira levou uma multidão ao mesmo campo de jogo, em partida amistosa contra a extinta Iuguslávia; e no dia seguinte, foi a vez do Sampaio enfrentar o Santos-SP, pela "taça Conmebol”, torneio sul-americano, com muito mais presentes no Castelão.


Ainda sobre o “Nhozinho Santos”, vale lembrar que assim que assumiu a prefeitura de São Luís, o prefeito João Castelo, em visita ao estádio, perguntou o porquê do mesmo estar vazio para o início do campeonato maranhense. Hoje, como torcedor, respondo com algumas conclusões deste texto. Outra do prefeito: ele prometeu fechar os cantos do “municipal” para aumentar a sua capacidade. Ora (fica a indignação), se a iluminação foi feita em cima da hora, neste ano, para que o estádio recebesse esses 2 jogos da Copa do Brasil, imaginem... A mesma iluminação que nunca foi concluída, as 4 torres também não construídas, com verba federal liberada e destinada exclusivamente para essas obras, ainda na gestão anterior do prefeito Tadeu Palácio e seu secretário de esportes.

Só para fechar, fiquei triste com a quantidade de pessoas esperando à meia-noite transportes nas paradas de ônibus. Gente humilde, torcedor apaixonado por futebol, que no dia seguinte estava reclamando nos programas das emissoras de rádio AM da cidade. Vale lembrar, senhores interessados, que esse torcedor também é eleitor e deveria ser amparado com uma solicitação de alerta junto às empresas de coletivos públicos. Lanço a bola na área, agora é só marcar o gol. Só não vale entrar de cabeça com bola e tudo. Aí é demais para o torcedor!

E por tudo isso, agora vocês puderam entender porque eu gostei de não ter levado o meu filho aos jogos no Nhozinho Santos.

Marcos Baeta Mondego
Copa do Brasil, Abril de 2011.

Vejam algumas imagens que marcam e comprovam o que está escrito aqui, como esta pancadaria... http://www.youtube.com/watch?v=x0xWD7LkpD0

Ou esta confusão em um dos portões de saída...



E para dizer que não falei de futebol, os melhores momentos do jogo...

04/03/2011


CAÇA AO REDATOR PUBLICITÁRIO NO MARANHÃO

Formandos, habilitem-se! Vagas abertas!

O título deste texto bem que poderia ser um anúncio das agências de publicidade, com letras garrafais e em negrito, no box destinado a empregos dos classificados dos jornais, veiculado em busca da solução de um problema crônico existente na comunicação publicitária da terra dos poetas Gonçalves Dias e Ferreira Gullar: a criação de peças e campanhas para os anunciantes.

Há algum tempo, talvez 10 anos, pouco se vê de criativo e novo nos veículos de comunicação. Nos jornais impressos é aquela poluição visual nada atraente aos leitores ávidos por notícias, que aqui e acolá bem que poderiam ser agraciados e envolvidos por um belo, criativo e bem acabado anúncio. Nas emissoras de rádio, como já escrevi e falei outras vezes, é pura gritaria e “corrida de cavalo”! Nas emissoras de TV o quê se vê é a entrada e saída de intervalos comerciais iguais, sem diferencial entre um VT e outro, ou seja: o anúncio e o produto não marcam, não atraem os consumidores. Faltam idéias!

Quando surgiram as faculdades de comunicação particulares locais, cheguei a comentar com vários amigos do meio publicitário que acreditava na melhora e evolução dos intervalos comerciais das TVs e rádios. Sem ser a “minha praia”, mas sendo também consumidor, vibrei em saber que em pouco tempo teríamos jornais e outdoors com excelentes e envolventes anúncios... Que nada! O tempo passou e o que se tem é uma mesmice de dar dó. Que pena! Pobre mercado de agências e agenciadores que só oferecem preço e desconto ao mercado de anunciantes, em detrimento da criatividade e qualidade. Poder de persuasão que é bom, nenhum! Em busca do tal BV, valioso desconto na mídia oferecido pelos veículos, tudo! Marketing de resultados ao cliente, zero!

Ser publicitário no Maranhão é “fácil”. Ser redator então... O cidadão que é agenciador de veículos (ou executivo de contas), além de criador das peças do cliente, também é atendimento, mídia, tráfego, produtor, locutor, diretor de vídeo, de arte... (só o que lembro agora). Ele só escapa quando o cliente é o autor da idéia e coloca alguém da sua família para protagonizar o anúncio. Esse tipo de “vendedor de publicidade” costuma concentrar a verba somente na mídia. Como nada tem a oferecer, além de desconto no valor das inserções, em geral essa prática torna-se um ciclo vicioso: o cliente não recebe propostas de criação, consequentemente não investe; como o cliente não investe, o “publicitário” então nada oferece. E assim, acomodam-se...  

Em busca de solução, as grandes agências costumam importar profissionais de outros Estados. Coisa nova que é bom, também nada! Na verdade essas agências ajudam a inchar o mercado de gente ruim, que chega aqui se achando “o elefante branco dos olhos azuis”, pensando estar em terra de índio (que me desculpem os indígenas, pois é só para fazer uma referência de tempo e evolução). E como o nível de exigência local é baixíssimo, eles vão ficando, ficando, ficando...

Esses “estrangeiros” geralmente não atendem às necessidades e ganham tubos de dinheiro sem justificar o investimento. É gente que, na maioria dos casos, não deu ou não dá certo em seu mercado de origem; que não tem espaço ou que não obteve sucesso na sua terra, sendo a única saída migrar para outras, digamos, menos evoluídas. Depois de perceberem o tropeço na tal invenção da importação, os empresários das agências passam a dispensá-los, já que a contração fora feita pela apresentação do currículo e que, na prática, pouco mostram.

Uma parte dessa gente ganha o mundo de volta. Outra, finca o pé na boa terra, ainda tranqüila, pacata... E, sem sombra de dúvidas, boa também para ganhar dinheiro, em função do alto índice de desinformação e falta de preparo, inclusive de empresários e anunciantes. Como “em terra de cego quem tem um olho é rei...” E dentre os que ficam, existem boas surpresas e agradáveis exceções. Esses “correm atrás do preju” e se tornam até empresários na terrinha, de tão boa que é para ganhar dinheiro (lembrando, novamente).

Para mostrar serviços e não decepcionarem, esses “estrangeiros” contratados para áreas específicas, normalmente à redação e à direção de arte, passam a executar até mesmo outras funções, como atendimento ao cliente e direção de produção, de áudio e vídeo. Alguns encaram até a telinha, viram “garotos-propaganda”, ou mesmo impostam as vozes nas locuções das peças publicitárias de rádio e TV. Daí ganham a segurança e a esperteza suficientes para encarar “o nosso pobre mercado” e, em sua maioria, ficam no Maranhão e se tornam “donos de agências”. Em geral, são aqueles que acham que criação é somente texto para locução/off ou para apresentação/on. Não acrescentam mesmo!

Outro fato curioso nessa falta de noção dos “nossos redatores”, bem observado pelo radialista e publicitário Jeisael Marques, é que as peças e campanhas, além de nada de novo apresentar, também se tornam, na TV, nada mais que a animação da peça gráfica - do panfleto, do anúncio de jornal ou do outdoor. “Produtora vai então comprar câmera pra quê?”, indagou em seu blog. Basta um editor-conhecedor das ferramentas de softwares de edição de imagens e pronto, está criado e produzido o vídeo, que alguns ainda chamam de “filminho”. Fácil, não é?! E tem gente que engole mesmo, sem fazer cara feia! O importante é captar o recurso do anunciante logo, sem deixá-lo escapar. A agilidade de criação e produção está em função do faturamento imediato. Ô, terrinha boa para ganhar dinheiro! Na publicidade, então...

Gostaria de deixar claro que não tenho nada contra a importação de profissionais. Só acho que devam ser de boa qualidade, para aprendermos com as suas capacidades e experiências. Dessa forma, acho justíssimo o investimento, pois certamente engrandecerão o nosso mercado e torna-se-ão referências para profissionais e estudantes, aqui ou em qualquer canto. Do contrário, melhor anunciar mesmo: CAÇA AO REDATOR PUBLICITÁRIO NO MARANHÃO. FORMANDOS, HABILITEM-SE! VAGAS ABERTAS! Aqui, pelo que percebo, a crise vem atingindo somente as idéias dos publicitários.

A propósito, para finalizar, deixo aqui um desafio: o final do ano é talvez o período na publicidade de maior investimento dos anunciantes e também de excelente faturamento das agências e veículos. Fica a pergunta: você lembra de algum anúncio marcante, no jornal, outdoor, rádio e/ou TV? Responda e comente. Boa memória!

Marcos Baeta Mondego
(Março de 2009, na expectativa do “início do ano”)


AS CONSEQUÊNCIAS...


A REPERCUSSÃO DO “CAÇA AO REDATOR PUBLICITÁRIO”

como reagiram os profissionais do mercado

    A respeito do artigo intitulado “Caça ao Redator Publicitário...”, o mercado teve reações diversificadas, tanto dos profissionais que os denominei de “estrangeiros” como dos nativos e estudantes do segmento no Estado. Alguns tiveram reações inteligentes, enquanto outros pareceram não entender o que estava escrito – “aplicaram um migué”, como diria o “filósofo contemporâneo-popular” e apresentador de TV Jairzinho da Silva.

A reação foi uma atitude natural – já esperava e estava preparado. Agora, como aconteceu é que não posso deixar de comentar e compartilhar com todos que receberam por e-mail o texto-análise do mercado - evidentemente sob a minha ótica.

Para início de conversar, quero deixar claro que o meu propósito não foi de “comprar briga” com ninguém, nem tão pouco consolidar amizades ou criar inimigos (afinal, sou Cristão). Foi um sentimento justo e também natural de um apaixonado por comunicação - especialmente pela publicidade, preocupado com a qualidade da atividade e que não suporta mais (assim como vários consumidores de mídia – conversei com muitos sobre o assunto antes de escrevê-lo) ver tanta coisa ruim veiculada no mercado, principalmente como é feita e por quem. A minha imediata atitude ao conversar com essas pessoas foi a de defender os bons publicitários, concordando e discordando em muitos pontos, até porque existem profissionais de toda qualidade e caráter em qualquer segmento (já até escrevi também sobre isso, a partir dos padres e pastores podres encravados no Cristianismo).

Das respostas que obtive, por e-mails ou pessoalmente, acredito que as reações positivas chegaram entre 80 e 85%. As negativas chegaram aos 10%. Já outros 5% vestiram a carapuça. É verdade, acreditem! Teve gente que fez questão de assumir que é ruim e não tem nenhuma vergonha de esconder que é puro oportunista. Agora, o mais absurdo é que ninguém, ninguém mesmo respondeu à pergunta deixada no final do texto “ Caça ao Redator Publicitário...”, inclusive aqueles que se opuseram veementemente à minha opinião – sinal que também concordam comigo. A conclusão do texto e a pergunta eram: “... deixo aqui um desafio: o final do ano é talvez o período na publicidade de maior investimento dos anunciantes e também de excelente faturamento das agências e veículos. Fica a pergunta: você lembra de algum anúncio marcante, no jornal, outdoor, rádio e/ou TV? Responda e comente...”, lembram?

Não posso, nesse momento, deixar de citar algumas reações naturais, por exemplo...

A de um diretor de criação e professor paulista: “Concordo com você – modestamente me excluindo do grupo que critica com tanta propriedade e voracidade. Isso porque você (acho) não tem acesso às turmas de publicidade que estão adentrando nas faculdades, cada vez mais fracas. Mas já consegui "arrancar" e encaixar no mercado pelo menos 3 redatores muito bons, comigo ou em agências "colegas". Juro que eu faço o possível, parceiro...”

Ao que respondi: “... e obrigado pela compreensão do texto. Alguns me chamaram de xenófobo, outros de inseguro e medroso... Chegaram a perguntar: “qual é a desse cara?”... Na real, acho que esses que fizeram questão de não compreendê-lo que são o grande problema do mercado. Recebi vários e-mails em resposta, mas poucos, muito poucos foram contrários à minha posição. Parabéns pelo esforço e contribuição à nossa publicidade...”

A de uma produtora de agência, que se manifestou assim: “... eu só lamento tanta revolta. E como “estrangeira”, como diz o texto, eu respondo da seguinte forma: quem se sente ameaçado é porque realmente não é tão bom. Acredito que existe lugar para todos. Lembro que na maior cidade do Brasil - São Paulo - existem mais “estrangeiros” nordestinos que paulistas. Cada um escreve aquilo que pensa. E ganha aquilo que merece...”

Confesso que não entendi, mas mesmo assim respondi, aqui em síntese: “... a revolta existe sim, não há como esconder. Não só minha, pois recebi vários e-mails de solidariedade. A diferença está em assumir ou não e transformá-la em discussão como contribuição ao mercado, pois assim caminha a humanidade - aqui, em São Paulo, Nova Iorque, Londres, enfim... Não há ameaças boas, só ruins. Uma delas: a de piorar o mercado ainda mais... Cada um escreve aquilo que pensa, pois é democrático, legal, constitucional, é direito de todos... Quanto ao que ganho ou deixo de ganhar, não reclamo nem tenho medo, aqui ou em lugar nenhum, quanto às retaliações... Seja bem-vinda e desenvolva bons trabalhos, contribuindo de forma positiva com o nosso mercado...”

Gostei bastante deste desabafo - prova da minha razão - que sintetizei assim: “... Não é fácil ser redator... para quem leva a profissão a sério... Não é fácil se deparar todo dia com um desafio novo, universo desconhecido e ter que dominá-lo em poucas horas para desenvolver o trabalho, porque tudo aqui é pra ontem... Não é fácil ver os anuários nacionais repletos de peças brilhantes, e saber que um anúncio teve o prazo de 1 mês pra ser executado com milhões... E depois se deparar com o nosso dia-a-dia e ver a nossa criatividade limitada pela verba reduzida... Fazer uma campanha bacana, conceitual e o resultado acabar mostrando apenas produto e preço... Propor peças diferenciadas, mídia alternativa e ver a campanha só no jornal, outdoor e TV... Ver a assinatura ocupar todo o espaço da peça... Não é fácil trabalhar no Maranhão, viver a realidade do nosso mercado e encarar a mentalidade do empresariado, que coloca a atividade como supérfluo... Ver que a publicidade é uma das primeiras coisas que são cortadas em período de crise... Ver o mercado prostituído por pessoas que nem chamadas de profissionais deveriam ser. Não é fácil e nem justo ter que competir com eles e ainda levar a culpa pelos trabalhos de pouquíssima qualidade... Mas, apesar dessas e outras dificuldades, continuamos a fazer a nossa parte para tentar mudar o cenário atual...”
 
Agradeci pela participação e concordei com alguns pontos, mas aproveito para responder novamente com o próprio texto-resposta de um redator (que o admiro e não sabia que é paraense), aqui, quase na íntegra: “... concordo em muitos pontos do seu artigo. Acho importante o mercado se auto-analisar. Assim elevaremos o nível da nossa atividade. Porém discordo de algumas afirmações... Com relação aos cursos locais de publicidade e propaganda e a baixa qualidade dos profissionais de redação... é importante dizer que nenhuma faculdade deste país é capaz de formar redatores bons e preparados... O curso dá apenas noções básicas e superficiais... Até porque não existem fórmulas como em matemática, 2 + 2 = 4. Em física, V = Vº + a.t. Em medicina, a anatomia do corpo humano sempre igual... Só existe uma regra: quebrar regras... Novas idéias, soluções criativas e posicionamentos conceituais diferentes pedem uma constante reinvenção do processo. O redator é formado pelo que lê, os filmes que assiste, as músicas que ouve, as exposições de arte que freqüenta, relacionamentos amorosos, amizades, a mesa de bar, o futebol, a vida... Dois dos melhores redatores da história... Nizan Guanaes e Washington Olivetto não se formaram em publicidade e propaganda... Reconhecendo que temos profissionais de baixa qualidade... discordo que sejam os únicos responsáveis pela falta de criatividade e estética da nossa propaganda... O problema está relacionado também à própria característica do mercado, eminentemente varejista... Na propaganda, para posicionar produtos ou serviços, pode-se dar ao luxo de “viajar” mais, buscar conceitos, falar mais com as imagens... tipo de abordagem que diretores de vídeo devem apreciar. Eu também gosto. Mas a nossa realidade é outra... Não temos muitas indústrias... E o varejo é imediatista, que tenta a todo custo vender com muito volume de mídia... produção baratinha, repetição, guerra de preço e condição de pagamento... o que não justifica a falta de criatividade, pois no varejo são possíveis soluções criativas... Novas agências e novos profissionais estão em gestação nesse momento e vão tomar o lugar de quem está oferecendo hoje um mau serviço aos anunciantes... E cabe a eles exigir mais das suas agências ou até mudar de agência, se os resultados não vierem... A Prefeitura de São Luís e Governo do Maranhão, os maiores anunciantes do estado, não privilegiaram a boa propaganda nos últimos 5 ou 6 anos... O que se tem visto... são informes publicitários, cheios de números, excesso de informação e direção de arte pesada. Mais jornalismo que publicidade... Quero congratulá-lo pela iniciativa... sem esquecer as exceções aos maus profissionais... me considero incluído nelas...”

Em resumo, pelo que se vê, fui unanimidade pelo raciocínio sobre a criação e produção de campanhas e peças publicitárias no Maranhão. Parto do princípio do código de trânsito, quando você é responsável também pelos outros condutores de veículos, por sua atitude e pelos atos deles.

Parece que você está inserido em um quadro quase irreversível em função da concorrência voraz pelo tal BV dos veículos. E não deveria me preocupar tanto, pois não vivo apenas das idéias dos outros. Tenho as minhas próprias, também crio e executo projetos especiais. Tanto que, em breve, o mercado será presenteado com um deles (um projeto inédito, talvez nacionalmente). E todos serão convidados a se juntar a nós – a mim e a meu parceiro publicitário.

Mais uma vez, gostaria de deixar claro que nada tenho contra a importação de profissionais. Só lamento que não venham aqueles de boa qualidade, para aprendermos com as suas capacidades e experiências. Assim, acho justo o investimento, pois certamente engrandecerão o mercado e torna-se-ão referências para profissionais e estudantes.

E como fato do que falo e escrevo (e também como profissional publicitário, pela função de diretor de vídeo), há alguns dias esteve em São Luís um jovem diretor do Ceará para realizar trabalhos. Ele é grande exemplo de profissional que deveria permanecer aqui, desenvolvendo os seus vídeos, contratados pelas produtoras e agências locais. Certamente, nós ganharíamos muito!

Agradeço a todos por ter participado. E creio que assim que a gente percebe realmente quem tem compromisso e responsabilidade (ou não) com as discussões pertinentes ao nosso mercado. Recado dado. Abraços.

Marcos Baeta Mondego
(18 de Março de 2009, “no início do ano”)


DERRADEIRO CAPÍTULO...
 
QUEM É O MONDEGO AUTOR DO 

CAÇA AO REDATOR PUBLICITÁRIO NO MARANHÃO

Neste início de semana sacrifiquei meia-hora do meu tempo de trabalho para voltar a escrever sobre o “Caça ao Redator Publicitário no Maranhão”, artigo que gerou polêmica e que ainda rende comentários no meio publicitário. Alguns deles chegam até a mim (talvez de forma destorcida). Um a de que certo professor universitário e publicitário militante o utilizou para debate em sala de aula entre os seus alunos.

Acho legal essa ação e me sinto lisonjeado por ter levantada essa bola. Bom saber que a minha visão do mercado ainda repercute e espero que positivamente, pois essa atitude só tem sentido se for usada como ferramenta motivacional aos futuros profissionais que, naturalmente, disputarão espaço no mercado, (quem sabe) tomarão de conta de grandes clientes e serão (torço por isso) responsáveis pela evolução, organização e dinâmica da publicidade no Estado. Se iniciei a discussão, poderia ter sido outro profissional indignado e preocupado com a atual situação, com o futuro e absurdos do nosso mercado, que incomodam também a muita gente que gostaria de ter expressado o que escrevi.

Novamente, quero lembrar que não pretendi ser xenófobo. Apenas acho que, no nível das importações contratadas, prefiro que os próprios maranhenses tenham suas devidas chances nas agências locais, bem como um dia tive e conquistei a confiança dos meus primeiros patrões (a quem sou grato pela oportunidade).

Aproveito ainda para esclarecer outros pontos. De imediato, informar à atendente de uma empresa operadora de celular que não sou parente do conde Ferdinand Mondego, do filme “O Conde de Monte Cristo”; muito menos do ex-guitarrista do cantor Lulu Santos, Fábio Mondego; nem tão pouco do cantor Rafael Mondego, ex-participante do programa “Fama”, da Rede Globo; ou mesmo do advogado Hermann Baêta, ex-presidente nacional da OAB.

Sei que carrego sobrenomes fortes, que marcam tanto nos momentos positivos como nos negativos. Logo são lembrados e talvez não facilmente esquecidos. Contudo, nem todo Baêta e Mondego são parentes. Mas, em sendo, um parente não é responsável pelo outro (por atos, opiniões, ações, trabalhos, virtudes, erros etc.). A propósito, em São Luís, tenho duas sobrinhas publicitárias que não exercem as funções abordadas no artigo: criação e arte. Também conheço dois ótimos irmãos editores de vídeo, completamente diferentes, em tudo que vocês possam imaginar. O lateral esquerdo Gilberto, ex-seleção brasileira, e o meia-atacante Nélio (ambos ex-Flamengo e irmãos consangüíneos) são pessoas distintas, com trajetórias futebolísticas e condutas inversas. Então, que dizer dos estilos dos irmãos Gallagher (Noel e Liam), da banda musical inglesa Oasis? Enfim...

É sempre bom colocar os pingos nos “is”, sermos justos. E no “Caça ao Redator...” não fui desleal com ninguém. Fiz uma abordagem do mercado sob a minha ótica, um direito que me reserva. Tive o cuidado de não citar nome de profissionais e de empresas. Não me limitei a comentar trabalhos específicos. Procurei usar expressões de exclusão, como “quase”, “talvez”, “há algum”, “pouco se vê”, “na maioria”, “uma parte”, “boas exceções”, dentre outras, para não generalizar o caos do mercado. Até porque conheço bons profissionais e grandes trabalhos sendo executados na área. Sou admirador de alguns e os tenho também como boas referências. Porém, a sensação é que consegui atingir muita gente, boa e ruim, apesar do texto ter endereço certo (ou endereços). O mais esquisito é que mesmos os talentosos (ou que se acham) se sentiram ofendidos. Por isso voltei ao tema, pois nunca pensei em me locupletar com o texto.

Soube ainda que, equivocadamente, esse mesmo professor aproveitou o ensejo para exemplificar e analisar, diante dos seus alunos, trabalhos publicitários que não são meus, que nunca fiz. Para mim, uma atitude mentecapta.

O meu portfólio não é algo hollywoodiano, mas me dou o privilégio de escolher e não realizar qualquer trabalho, por não compactuar com atitudes puramente mercenárias do mercado (talvez, por isso, não seja rico). Prefiro produções mais trabalhadas, demoradas e com idéias exigentes, nas quais possa me dedicar o máximo. Trabalhos com maior grau de dificuldade na execução, pois assim posso cobrar melhor por aquilo que irei oferecer. E dessa forma, acredito fincar um diferencial no mercado, especialmente nos resultados.

Se incitei de outra vez (e a repercussão demonstra bem isso), peço que seja dado o devido valor a quem de direito, até porque não tirei a prerrogativa de ninguém ao tornar público o meu pensamento. Tenho a absoluta certeza e consciência da minha contribuição ao mercado, pois vivo nele e sobrevivo dele. E em nenhum momento me excluí do processo. Pelo contrário, levantei uma discussão, preocupado a partir de comentário, também, de um antigo radialista que afirmou se sentir nos anos 70 ao ver os intervalos comerciais de TV. E olha que até concordei com ele, mas achava-me no final dos 80, quando iniciei a minha vida profissional.

Para finalizar, de tanto que amo a comunicação e publicidade, peço a Deus que encaminhe o meu filho na profissão. E olha que não desejo mal nenhum a ele (e a ninguém). Por isso demonstro a minha preocupação inexorável com o segmento, hoje e sempre. Uma luta desleal, sem compromisso com a qualidade. Espero que entendam e façam as suas partes. Sucessos a todos e bons negócios.

Eu sou o MARCOS BAÊTA MONDEGO, compreendido?!
(em 25 de maio de 2009)