17/05/2012

Futebol: O patrocínio de uma cidade da região metropolitana de São Luís seria ótima saída ao rubro-negro maranhense.

MOTO CLUB DE TANTAS TRADIÇÕES
HOJE COLOCADO ENTRE OS GRANDES PERDEDORES

Mais uma vez, em 3 anos, o Moto Club - time que faz com o Sampaio Correia o maior clássico maranhense - é rebaixado para a 2ª divisão do futebol do estado. Um futebol que já vive uma tragédia para manter a 1ª divisão em atividade, dado as dificuldades que os clubes tem para pôr em campo, mensalmente, os seus times, imagina como não será na série B.

Sim, o Moto caiu de novo da “primeirona” para a “segundona”. E não é só isso: o clube, que vive situação parecida aos outros da série A, está bem mais complicado, pois, além dos pagamentos dos jogadores em atraso, tem o seu suporte técnico-administrativo “comprometido até a alma” com o descaso. E há tempos os funcionários do “Papão do Norte” não vêem o atual presidente do clube, o senhor Sarney Neto, que depois que assumiu a diretoria rubro-negra “a coisa” degringolou completamente.
A diretoria anterior até que vinha “segurando a peteca”, tentando “manter a casa em ordem” e conseguia agregar alguns ex-dirigentes motenses em torno do clube. A ex-diretoria fez milagres com o pouco que conseguia para administrar o futebol do “maior rival boliviano”. Já a atual diretoria - que parece mesmo que não existe - só conseguiu afastar os bons colaboradores motenses, que já eram poucos, bem poucos.

Assistir ao atual elenco ser rebaixado parecia uma questão de tempo, inevitável, em função das lambanças da atual diretoria. Se não tivesse perdido, por exemplo, os 6 pontos no início do campeonato – por ter escalado jogadores irregulares - o Moto estaria hoje livre desse vexame.
E quem estaria lá embaixo, rebaixado junto com o Sabiá de Caxias? O Imperatriz, que também vive uma crise quase interminável – o time da região Tocantina vem, à cada temporada, se superando em resultados negativos, sem a sombra do “Cavalo de Aço” de um passado recente. Coincidentemente, essa situação vem se agravando após a reinauguração do novo, moderno e belo estádio “Frei Epifânio d’Abadia”, que tem características comerciais de um shopping.

Bem... mas, ao invés de criticar, vamos tentar ajudar dando sugestões pela paixão que temos pelo futebol maranhense, independentemente do coração voltado a qualquer clube.
Ver o Moto rebaixado, tendo no elenco um jogador de expressão nacional e internacional como o Kléber Pereira, e a diretoria não ter vislumbrado nenhuma estratégia mercadológica proveitosa a favor do clube foi tráfico. Não somente tê-lo em campo, jogando bola por pura paixão ao time que o revelou, mas tendo nesse atleta uma referência para valorizar a imagem do Moto junto ao torcedor, não só rubro-negro, mas envolvendo todo maranhense apaixonado por futebol. E justamente no ano em que o Kléber resolveu agradecer o time que o revelou para o mundo, o pior acontece: os motenses novamente são rebaixados.

Em um programa esportivo de rádio AM, ouvi o presidente do Sampaio, senhor Sérgio Frota – que faz milagres para manter o elenco e dar suporte técnico-administrativo com pagamentos em dia – dizer que a situação em que vive o time motense é reflexo do abandono dos seus ex-presidentes – os tais torcedores ilustres rubro-negros. E arrematou: o verdadeiro torcedor motense é aquele que naquele momento difícil não abandonou o time nos estádios, que não deixou de ir aos jogos - gente humilde, apaixonada por futebol e pelo Moto, que chegou a fazer campanhas para arrecadar dinheiro durante as partidas para ajudar a diminuir o vexame da atual diretoria.
Frota afirmou ainda que os times que não vivem crises financeiras são os dos interiores (com exceção de Sabiá de Caxias e o Imperatriz) que são plenamente mantidos pelas suas respectivas prefeituras municipais (caso do Bacabal, Cordino, São José, Viana e Santa Quitéria). Os demais são “administrados a unhas e dentes” para pagar as suas folhas salariais (caso do MAC, Sampaio, Moto, Sabiá e Imperatriz).

Infelizmente, aqui no Maranhão, não se vê nenhuma diretoria capaz e preocupada em implantar projetos de marketing esportivo em suas agremiações, para alavancar o suporte administrativo-financeiro ou mesmo diminuir o sofrimento na hora de pagar as suas dívidas mensais.
O caso mais pertinente nesse quesito é o fator Kléber Pereira no Moto, que, em nenhum momento, foi vislumbrada a possibilidade de buscar, estrategicamente, uma forma de agregar recursos financeiros com a presença do atleta - que jogou em grandes times nacionais e internacionais - no futebol maranhense.

Quando estava prestes a ser repatriado dos times mexicanos para o Santos, encontrei o artilheiro e campeão brasileiro pelo Atlético-PR, em 2001,  equipando um dos seus carrões em uma loja do setor automotivo de São Luís, junto com alguns amigos.
Imediatamente conversei com o proprietário da loja, sugerindo que o Kléber protagonizasse uma campanha publicitária para a mesma, já que ele era seu "velho cliente", segundo me informou o próprio empresário-lojista. A proposta fora feita, e Kléber respondeu negativamente em função do acordo que estava fazendo com o time paulista relacionado a patrocínios. Ou seja: depois do Santos, o atacante foi para o Internacional, Vitória e Moto – além de ter sido sondado para jogar no time do coração, o Flamengo-RJ (nesse dia da loja, Kléber estava equipado com o uniforme do rubro-negro carioca, todo enlameado, como se tivesse acabado de participar de uma “pelada” com amigos).

Então, o rubro-negro maranhense “perdeu o bonde” ou não dessa história? A diretoria motense vacilou ou não na hora de preparar estrategicamente a casa para receber um dos maiores atletas que o estado criou e exportou nos últimos tempos para o Brasil e ao mundo?
E aproveitando - sem perder a deixa da loja de produtos automotivos que se mostrou interessada no uso da boa imagem do atleta maranhense -, tem empresa de origem local que, fora do nosso estado, patrocina até “disputa de saliva à distância” – agora, claro, concordo plenamente com eles: desde que exista um plano bem elaborado de patrocínio, que a visibilidade positiva aumente e que todos ganhem: os atletas, o clube, o evento, o patrocinador, o torcedor e, principalmente, o esporte - o futebol!

Mais uma vez, para não ficar só nas críticas e insatisfações, sugiro que o Moto busque soluções estrategicamente viáveis para o clube, visando parcerias financeiras que ajude mercadologicamente e mutuamente o trabalho que deverá ser feito a partir de agora. Como? Bom, com a palavra os marketeiros esportivos de plantão, dispostos a serem parceiros também – não há outra saída.
Contar com a ajuda dos ex-diretores rubro-negros para financiar qualquer planejamento e investida nesse sentido será essencial, notória e bem-vinda. 

Como sugestão - pegando a deixa do atual presidente sampaíno – já que o Moto mantém a sua sede no bairro Paranã, próximo ao Maiobão, populoso bairro da cidade de Paço do Lumiar e situado na região metropolitana de São Luís, porque não propor um bom projeto de marketing esportivo a esse município?

E já que os clubes do interior - que são mantidos pelas prefeituras - não vivem os mesmos problemas que os clubes da capital, porque não buscar ajuda estratégica junto à prefeitura luminense, oferecendo possibilidades de retorno à população, à cidade e ao gestor público?

Como? Mais uma vez “passo a bola” aos marketeiros esportivos de plantão para criar um planejamento estratégico em que ambas os lados sejam envolvidos com investimentos e lucratividades.

E lá vai outra sugestão: com um pequeno estádio no Maiobão, por exemplo, o Moto mandaria os pequenos jogos na cidade-bairro para um público estimado em 2 ou 3 mil pessoas e só jogaria os grandes clássicos em São Luís, visando uma “grande arrecadação”.
Como envolver a cidade e a população em torno dos “espetáculos motenses” em Paço do Lumiar? Bom... criando possibilidades de aumento das receitas da prefeitura e dinamizando a participação do luminense no progresso da cidade. Assim, com o povo investindo nos impostos - como IPTU, ISS e outras arrecadações e tributos – a população e os torcedores teriam formas de serem gratificados com lazer e entretenimento esportivo, recebendo benefícios da prefeitura - e, claro, ingressos “gratuitamente” para freqüentar o estádio da cidade e apoiar o time adotado definitivamente para representar Paço do Lumiar nos torneios estaduais e, daí em diante - quem sabe - até nos nacionais.

Acredito que essa sugestão, se bem explorada e planejada estrategicamente, é bem melhor do que mudar o nome do time e a razão social do histórico Moto Club, como sugeriu um torcedor do “Papão do Norte” ao radialista Garcia Júnior, da Rádio e TV Difusora de São Luís. Concordam?! Creio que essa é a hora de participar e ajudar.


Marcos Baeta Mondego
(Torcedor do Sampaio Correia quando criança. Hoje, torcedor do futebol maranhense)