22/01/2010

  O PLANTÃO DA TV MIRANTE INFORMA
 quem é João e quem é Flávio

O debate político entre os candidatos a prefeito de São Luís, promovido pela televisão Mirante e realizado na sexta-feira 24, antevéspera ao dia da eleição do 2º turno, tornou-se o ponto alto da disputa entre João e Flávio.

Hora antes do embate, milhares de militantes dos partidários disputavam espaços nas ruas e calçadas próximas à emissora do São Francisco, entre engarrafamento de carros, policiais militares, agentes de trânsito e transeuntes boquiabertos e perplexos com tanta movimentação em torno do evento. Por onde passei naquele dia, nas ruas e bairros da nossa cidade, o comentário era uníssono: “hoje é dia do debate na TV!” Pela importância que o eleitor deu ao programa, seria interessante se mais vezes os políticos-candidatos abrissem espaços em suas agendas de campanha a esse tipo de avaliação que se faz frente-a-frente entre os pretendentes dos votos dos eleitores. “Se querem votos que botem a cara à tapa”, disse-me um amigo eleitor.

E o debate na emissora de maior audiência da capital cumpriu bem o seu papel. Se existia algum eleitor que deixaria para decidir o seu voto após o debate, teve a excelente oportunidade de fazê-lo ao conhecer melhor João e Flávio. No evento deu para distinguir exatamente quem tem propostas concretas e quem está blefando; quem quer trabalhar pela cidade e quem busca um emprego público; quem foi evasivo e quem foi contundente; quem é produto e quem é conteúdo... O eleitor, assim, teve a chance de poder escolher, se estava ainda indeciso, o candidato ideal à sua avaliação democrática de direito.

Da televisão podemos afirmar que ela fez a sua parte; das pesquisas, não! Isso é claro, pois os institutos credenciados e contratados não obtiveram a certeza do voto a voto como gostaríamos que acontecesse. Particularmente sou contra as pesquisas para serem divulgadas, mas sou a favor se for objeto de estudo estratégico de campanha de cada candidato. Dessa forma ela cumpre o seu papel.

A gente percebe nas ruas e conversando com as pessoas que João é mais presente, mais ostensivo e já tem a imagem fincada entre os eleitores por sua ampla vivência e experiência política. Já Flávio é, sem dúvidas, aquele jovem idealista e sonhador – como tantos por aí – que pretende se implantar de vez na cidade e no estado como alternativa política, em função da sua capacidade intelectual e profissional, porém com uma campanha menos visível e, digamos, “com menos recurso financeiro.”

Agora, acreditar que os institutos com suas pesquisas de opinião estão certos em afirmar que a diferença entre ambos chegará aos 20% é absurdo! Seria a mesma coisa acreditar que o Goiás, time de melhor campanha do 2º turno do Campeonato Brasileiro de futebol, tenha a mesma chance de ser campeão tal e qual os times que estão na dianteira da tabela de classificação. A meu ver, acompanhando o dia-a-dia da cidade e em conversas informais com várias pessoas nos bairros, a diferença pró-João chegará entre 7% e 10% de vantagem e, com isso, vencerá a eleição para prefeito de São Luís, sem dúvida alguma.

O debate da TV serviu para que os indecisos e talvez para parte dos eleitores ausentes no 1º turno pudessem entender, conhecer e escolher melhor o seu candidato. Ou seja, mais uma vez reafirmo: cumpriu verdadeiramente o seu papel democrático, ao invés das pesquisas que prestam um desserviço às pessoas. Por isso, estou ansioso, aguardando pelo resultado final.

Sobre a minha certeza da diferença percentual entre João e Flávio, comentei ainda na sexta-feira com várias pessoas, inclusive com alguns amigos profissionais que trabalharam na campanha de um dos candidatos. Acreditei nessa diferença mesmo após o debate da TV Mirante, por encontrar pessoas nos dias seguintes e comentar com elas sobre essa prestação de serviços valiosa, bastante relevante ao eleitor, ao contrário das pesquisas, que insistiam até o último instante, no dia da eleição, na diferença em torno dos 20%.

O debate é um confronto de idéias maravilhoso, “tète-a-tète”, sem máscaras nem maquiagens, olho no olho, sem rodeios nem fantasias políticas. Sobre a minha opinião, avaliada do meu modo, brinquei e comentei com várias pessoas ainda no sábado à noite, após várias voltas por toda a cidade: “Flávio ganhou... experiência para a próxima; João está eleito!”

Além do debate na TV, o 2º turno prova que é também a forma mais democrática de avaliar melhor os candidatos, ao invés de 10, como aconteceu com ineditismo em São Luís, no 1º turno. Com o 2º tempo da eleição a cidade virou uma festa de cores, brilhos, músicas e muita alegria. A participação popular é maior e chega a ser emocionante, envolvente e até arrepiante. Os votos são mais sinceros, as pessoas levantam as suas bandeiras, os eleitores vestem a camisa, participam e defendem os seus candidatos.

Mas, infelizmente faltou mais incentivo. Os marqueteiros políticos, por exemplo, não criaram uma campanhazinha sequer, específica para convencer os eleitores a sair de casa e assim diminuir o altíssimo percentual de abstenção do 1º para o 2º turno. Pelo movimento nas zonas eleitorais no dia 26 de outubro, os faltosos deverão ser maiores que no dia 5. Que fique a lição e que aprendamos também para a próxima.

Ah, e antes que esqueça, chamei os candidatos o texto inteiro de João e Flávio porque é assim que também conhecemos e chamamos as pessoas e eleitores no dia-a-dia: José, Rose, Jackson, Maria, Fernanda, César, Raimundo, Valdir, Osvaldo, Marília, Tadeu, Cléber, Helena, Domingos... O certo é que: em política não se discute, se vota! 

Marcos Baeta Mondego 
(eleitor)
Escrito no sábado à noite e finalizado no domingo pela manhã, 26 de outubro de 2008.

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