01/04/2010


O JOIO DO TRIGO
no tapa, religiosos tentam ser os donos de Jesus

Estarrecedor! Talvez seria o predicado ideal para qualificar o fato acontecido na Terra Santa, em Jerusalém, entre os Cristãos ortodoxos armênios e gregos, no domingo passado, 9 de novembro. Eles pareciam gladiadores, enfrentando até mesmo a polícia a socos e pontapés, em plena Igreja do Santo Sepulcro (veja ou reveja o vídeo em g1.globo.com/bomdiabrasil). Não seria então, na verdade, o Velho Testamento a referência deles?

A cada dia sinto que o mundo esta repleto de oportunistas, que não sabem exatamente o que fazem aqui. Não é o caso de Jesus! Como Filho de Deus enviado à terra para mudar os nossos conceitos, Cristo deixou marcas nas nossas vidas com feitos espetaculares, divinos e de pura fé. O exemplo de fraternidade fincado pelo Messias entre nós foi da harmonia, do amor, da paz, da dignidade, do perdão... Assim é a essência do Novo Testamento. Achar que alguém é o dono de Jesus é puro egoísmo! Lutar no braço por espaço, então, não foi aquilo que de fato Ele pregou e pediu que fosse espalhado nos quatro cantos do planeta. Afinal, Cristo não é um só? Ou estou enganado?

Em São Luís, na campanha política passada, os religiosos envolvidos até o talo no processo eleitoral, também compraram uma briga no mínimo esdrúxula e engraçada. Na busca por espaços no poder e cargos públicos - talvez visando puramente o futuro, alguns líderes Cristãos metidos a políticos saíram em defesa ou em ataque aos candidatos a prefeito sem medir as devidas conseqüências. Acusações infundadas, sem nexos, distribuídas em panfletos pela cidade, sem dúvida nenhuma visavam somente ludibriar aqueles que poucos neurônios possuem para analisar caso a caso. E olha que não eram documentos apócrifos.

É por essas e outras que costumo dizer que temos bons e maus políticos, bons e maus atletas e desportistas, bons e maus médicos e cientistas, bons e maus engenheiros e advogados, bons e maus jornalistas e publicitários, e porque não bons e maus padres, pastores e líderes religiosos. De gente boa o inferno está cheio e o diabo, sobrecarregado dos erros dos outros. Só ele é o culpado. Por isso prefiro não generalizar, como alguns fazem, radicalizando até... E esse não é o caminho. Temos que ter a frieza para ler, ver e ouvir as partes. Depois, a consciência tranqüila para analisar e decidir plenamente, não só na política. Também quando precisamos decidir o que fazer sobre a nossa saúde: jamais embarcar no diagnóstico do primeiro médico. Na engenharia civil, por exemplo, confiar desconfiando da casa construída que esta à venda. E assim por diante... Desconfiar faz parte do processo, como decidir com clareza e segurança.

Divergir, discordar, não aceitar ou mesmo aceitar pode! O que não dá para engolir é como gregos e armênios chegaram às vias de fato - apesar de todas as diferenças culturais que há nas suas formações - se justamente o ponto de convergência e consagração de ambos os povos seja o Cristianismo. Não concordar com o procedimento de tal candidato, pela sua lábia, tendência política, arrogância e militância histórica, ainda vai... Agora, Cristãos saírem no tapa por espaço e poder, por ser um melhor que o outro, ter mais direitos e ser a única verdade? Olha, aí não dá mesmo, pois não foi essa herança, não foram esses ensinamentos deixados a nós, no Livro Sagrado.

Sinal de alerta ligado! Precisamos aprender ainda a expurgar os falsos pregadores; a rejeitar as promessas de políticos aproveitadores; a abrir os olhos para a esperteza de advogados inescrupulosos; a ler cautelosamente as notícias de jornalistas que tendem somente a defender os seus empregadores... E por aí vai. Cuidado tem que ser a palavra de ordem sempre, seja qual for o ser humano, o profissional, o político, a liderança, o profeta... Seguir os passos, tudo bem. Melhor seguir cautelosamente, meu povo! Abraços a todos e até a próxima briga. E que não seja entre Cristãos, compreendido?! E que Deus esteja convosco.

MARCOS BAETA MONDEGO
(Concebido na manhã de segunda-feira, 10.11.2008)
Republicado aqui no blog, em alusão à Semana Santa/2010

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