02/10/2016

TAPANDO O BURACO DO UMBIGO

Após esses dias de campanha eleitoral nas ruas, no rádio, na televisão e nas redes sociais e hoje, dia da eleição para prefeito e vereadores, dou-me conta de refletir e escrever estas mal traçadas linhas sobre esse processo eleitoral que nos envolve às vezes de corpo e alma (no caso, de 4 em 4 anos; e sempre, de 2 em 2 anos).
Digo de corpo e alma porque, de vez em quando, somos envolvidos não só no papel de eleitor, mas também avassalado como profissional publicitário para entender a demanda e informá-la da melhor maneira possível às pessoas e ao eleitorado sobre as ações públicas deflagradas pelo político gestor-administrador ou sobre as propostas dos outros candidatos que vislumbram o cargo – é o que chamamos tecnicamente de marketing eleitoral.
Nos acostumamos em São Luís, capital maranhense, nas últimas gestões (leia-se nesse caso o Jackson Lago e Tadeu Palácio), a nos contentar com a cidade varrida, capinada, com os buracos das ruas tapados e com as vias pintadas e sinalizadas, pelo menos as centrais ou aquelas localizadas nas áreas nobres, por onde mais transitamos. Tirando a segunda gestão do Dr. Jackson, que investiu em algumas obras estruturantes necessárias em alguns específicos pontos da cidade, a gestão do prefeito João Castelo foi marcada, também, somente por algumas obras importantíssimas em algumas comunidades, no ponto de vista da base bem feita, da estrutura necessária.
Quem não se lembra, por exemplo, como era a avenida Santos Dumont, no São Cristovão, e como ela ficou após a ação do ex-prefeito? Uma obra que marcou a sua gestão, talvez o símbolo do tucano na prefeitura. Hoje, concordemos, só falta ficar atento à conservação da via, como é necessária a todo bem público. Quem naquela região da cidade não é bem mais feliz, não elevou a auto-estima e não teve valorizada a sua propriedade, sua casa, seu empreendimento e seu comércio? Quem não tem naquela via uma forma mais rápida e fácil de se deslocar de um ponto a outro da cidade, fugindo dos tradicionais engarrafamentos que assolam as cidades não planejadas?
O ex-prefeito João Castelo talvez ficasse também com a gestão marcada positivamente se conseguisse implantar o VLT e construísse os viadutos da Forquilha e do Calhau. Não deu certo, até porque o Sarney derrubou o Jackson do governo e Roseana, ao assumir, tratou logo de cancelar todos os convênios da gestão substituída, inclusive os realizados com a prefeitura da capital. Castelo acabou ficando marcado pelas promessas não cumpridas.
Veio então a eleição municipal seguinte, de 2012, com amplas possibilidades do prefeito se reeleger, apesar do alto índice de rejeição. Seu principal concorrente, o Edivaldo Júnior, jovem deputado federal muito bem votado em 2010, em São Luís, e com a rejeição lá em baixo. Um sinal de alerta para o Castelo, que acreditou sozinho no seu potencial e não considerou, como deveria, os fatores de risco que o levariam a perder a prefeitura. O prefeito, por exemplo, esqueceu praticamente todos os aliados que consubstanciaram a sua eleição em 2008. Como o ex-prefeito Tadeu Palácio, hoje esquecido politicamente, Castelo acreditou erradamente que seria capaz de continuar como gestor da cidade sem a necessidade de consolidar e ampliar as alianças. Ele fez o contrário do Edivaldo, seu principal concorrente, que já tinha o apoio do ex-candidato a governador, em 2010, Flávio Dino, que era presidente da Embratur no primeiro governo Dilma Rousseff, que, como é sabido, tem o partido tucano como principal opositor.
Mas, particularmente, eu acreditava (vendo de fora para dentro) que João Castelo conseguiria a reeleição e que era merecedor de continuar a sua administração, pois eu acredito que 4 anos não são suficientes para o gestor mostrar toda a sua capacidade de trabalho, baseado nas propostas de campanha – está comprovado isso. E como já sabemos, deu no que deu, são águas passadas.
Iniciar uma nova gestão significa recomeçar tudo do zero, como aconteceu com Castelo e Edivaldo recentemente. Significa, no meu entendimento, pelo menos 2 anos pra "arrumar a casa", pôr as coisas em ordem e do jeito do novo gestor. Sem dúvidas que o prefeito Edivaldo Júnior não conseguiu realizar a gestão dos nossos sonhos (e nem da dele também, como afirmou no programa eleitoral). Mas é necessário observar onde ele conseguiu chegar.
A sua gestão conseguiu atingir pessoas que viviam na lama e no abismo, totalmente excluídas. E essa busca começou desde o início da gestão, ainda com os próprios e parcos recursos disponíveis, lentamente, quase parando, depois com as parcerias com o governo federal e por último com o estadual.
Eu moro em uma área de vários conjuntos habitacionais onde quase todos os meus vizinhos reclamam alardeamente da falta de benefícios, porém eles esquecem de atentar para o entorno: mais de 100 mil pessoas atingidas com saneamento, calçamento, asfalto e drenagens profunda e superficial. E onde também agora tem áreas de lazer, para prática de esportes, habitações dignas no lugar de palafitas, canalização de esgoto que antes era rio que transbordava, reforma de escolas e unidade de saúde etc. etc. etc.
Como na região onde moro, o prefeito também levou a prefeitura para locais nunca dantes visitados e marcados por obras dos gestores municipais. Edivaldo Júnior conseguiu transformar bairros inteiros e marcar a vida de muitas pessoas. Eu particularmente acredito que, se essas regiões atingidas por benefícios fecharem com o prefeito, Edivaldo é capaz de levar esta eleição ainda no primeiro turno!
E para fechar, não é que o prefeito chegou recentemente onde eu moro, asfaltando as ruas do conjunto, que há mais de 10 anos não sabia o significado disso e com isso atingiu também os meus vizinhos que só olham para o umbigo?
Pois é... Acho bacana olhar também para os outros. Porém, amigos, antes de tudo, votem com a consciência, votem tranquilo, votem bem. E bom domingão, bons votos, com segurança plena a todos!
Ah, mais um lembrete: eu não faço parte da equipe de marketing eleitoral da campanha política do prefeito. Mas estou convicto e tenho provas dos seus feitos!

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