01/04/2010


A PAIXÃO DE CRISTO POR DANIEL DIAL
agora, de calcinha limpa, renovada e honrada

A primeira Igreja Batista do Maranhão criou em 2007 e promoveu este ano, mais uma vez, o evento em comemoração ao seu aniversário no Estado, realizado na última sexta-feira, 31 de outubro, estrategicamente em contraponto alusivo à noite de Halloween, festa importada dos Estados Unidos da América, que é internacionalmente comemorada em homenagem às bruxas e às trevas.

O local escolhido para a realização do evento religioso foi a Praça Maria Aragão, logradouro central, aberto e amplo, capaz de concentrar multidões. Na programação, além de culto, pregações e orações, muitos shows. Um em especial: a apresentação solo do cantor popular Daniel Dial, ex-vocalista da banda de forró Calcinha Preta, conhecida nacionalmente pelo sucesso de público nos shows e pelas vendas de cds e dvds.

Até aí, tudo bem, porque o ex-forrozeiro agora é um homem religioso, que durante as suas apresentações pelo Brasil dá o seu testemunho de vida, de experiência e pacto com Deus. Além de cantar para os fiéis, Daniel conta a sua história antes e depois de aceitar Jesus Cristo como O Salvador. Como todas, muito angustiante, bonita e exemplar. Com a presença dessa atração, cerca de 30 mil pessoas – segundo a organização do evento – foi atraída ao local do evento com o único intuito de ver o cantor – isso mesmo, VER! Uma multidão, um mar de gente se aglomerou, se acotovelou naquele imenso espaço talvez por não acreditar no que foi anunciado ou – quem sabe, imagino eu – por pura idolatria.

A estratégia da igreja deu certo, porque se era para concentrar tanta gente em um só lugar, eles conseguiram. Talvez o intento que presumo ser primordial para aquele dia eles não tenham conseguido – que era atingir as pessoas pelo testemunho de amor e fé que leva um Cristão à uma nova vida, como aconteceu com Daniel.

Antes do show, o Pastor da igreja deu as boas-vindas e fez as orações. Louvando a Jesus de Nazaré, observou que o Filho de Deus enviado à Terra seria o Único a ser idolatrado e honrado por todos os povos. Pelos ensinamentos deixados pelo Messias no mundo e espalhados por seus Discípulos, através do Novo Testamento Bíblico, Ele sim seria motivo de todas as homenagens e ações de louvações e adorações. Do início ao fim da pregação do Pastor foi enfatizado exatamente isso: chega de idolatrias, pois Jesus é o verdadeiro exemplo de vida, fé e honra. Pois parou por aí, no seria...

O que se seguiu foi um inevitável pandemônio. Para se ter uma idéia, não se sabia mais, no meio da multidão, quem era religioso e quem era mundano. Disfarçar, se desejassem, até que dava. Bastaria colocar uma roupa mais discreta. Porém, nem isso... Antes do cantor subir ao palco, o que se viu foram momentos de histeria plena. Ao entoar os primeiros acordes vocais, foi uma loucura maior. Na segunda música – talvez hino religioso, a coisa ficou tão “preta” – com perdão da palavra – que os idosos, crianças e jovens que estavam próximo ao palco conseguiram passar todo o desconforto e desespero por espaço a quem estava no alto da Praça Gonçalves Dias. Isso mesmo: quem pensava que estava seguro, sucumbiu-se também. Bordeando o apresentador de TV Luciano Huck: “loucura, loucura, loucura!” O mais estranho é que nem o cantor religioso tão pouco o Pastor da igreja e os organizadores do evento interromperam de imediato a apresentação para, pelo menos, passar o sabão nos idólatras. Rolaram 5 a 6 músicas, para então – após berros, prantos e desmaios entre a multidão enlouquecida – alguém perceber que algo estava errado, em tudo... Na proposta, no objetivo, na justificativa, no projeto, na estratégica, nas ações, no espiritual... Ou será que estava errado mesmo?!

A lição de Cristo deixada para nós parece cair no esquecimento, apesar de todo o dia nascer mais e mais igrejas por todo o Brasil. Seria o fim do mundo? Ou será que somos tão cruéis e insensíveis ao ponto de esquecermos aquele que deu a vida por nossos pecados para idolatrarmos nada mais que um ser humano pecador igual a nós?

Coincidentemente, a Rede Record de televisão – controlada pela poderosa Igreja Universal do Reino de Deus – reprisou o belíssimo filme “Paixão de Cristo”, do ator e diretor americano Mel Gibson, no domingo de finados, na noite de 2 de novembro, dois dias após o show de Daniel em São Luís. Seria o bastante para a gente se envergonhar; não bastaria nenhum de nós lermos o Novo Testamento para conhecer o sofrimento de Jesus sendo julgado e condenado por nós. Isso mesmo: por nós! Qualifico a película de bela pela felicidade e maestria que Gibson e sua equipe conseguiram transpor para a grande tela, abordando todo o momento de desrespeito, humilhação e dor passado por Cristo. Foram as últimas 12 horas de seu flagelo até à crucificação. Classifico o filme de belo pela produção, fotografia, interpretação dos atores, pela arte, figurinos e até mesmo pela língua utilizada, nada usual – o aramaico. Porém, há violência extrema, do início ao fim. Violentíssimo, de causar inveja às histórias vividas por Stallone, Van Damme, Schwarzenneger e outros do gênero. O diretor não economizou nas maldades - é chocante, revoltante! Alguns historiadores religiosos afirmam que Jesus talvez tenha sofrido bem mais que o retratado na produção de Gibson. Em resumo: a polêmica foi feita; a lição, dada e o aprendizado, não assimilado. Assim concluo, pois os exemplos estão aí para confirmar aquilo que falo.

Agora, com espírito renovado, limpo e honrado, o cantor Daniel Dial é apenas mais um bem-vindo ser humano ao mundo dos religiosos apaixonados por Cristo. Esperamos dele e de todos que se beneficiam das suas qualidades artistas o bom-senso de poder agrupar pessoas e difundir a real missão de Jesus na terra, como os apóstolos fizeram: pregando a paz e a harmonia, com total zelo ao próximo e com fidelidade ao Pai, como Cristo fizera, até nas suas últimas palavras, ainda crucificado: “Senhor, perdoai-vos! Eles não sabem o que fazem!” E que estas frases não sejam lembradas eternamente como desculpas pelos erros, mas sim enaltecidas pelos acertos e perdões do Messias no mundo. Amém!

MARCOS BAETA MONDEGO
(Escrito na segunda-feira, 03.11.2008)
Republicado aqui no blog, em alusão à Semana Santa/2010.

2 comentários:

Agricelia disse...

Parabens por essa publicação.Espero que muitas pessoas possam ter acesso a ela para refletirem sobre a missão de Jesua na terra,pois quando um famoso torna-se evangélico,alguns deixam de adorar a Jesus para adorar o ex-famoso.Vão ao show se descabelar para ve-lo e não para ouvir e seguir a Palavra. Continue informando a sociedade da forma que vc faz e parabens mais uma vez.

Marcos Baeta Mondego disse...

CARA,

POR FAVOR, DA PRÓXIMA VEZ ASSINE O SEU COMENTÁRIO.
SEI QUE DEUS SABE QUEM É VOCÊ, MAS AOS OLHOS DELE SERIA BOM VC MOSTRAR PARA NÓS QUEM VC É.
AGRADEÇO PELA ATENÇÃO, PARTICIPAÇÃO E COMENTÁRIO. CONTINUE PARTICIPANDO.
ABRAÇOS E FIQUE NA PAZ DE DEUS.

MB MONDEGO.